CPC na Jornada do Patrimônio 2018

CPC Jornada do Patrimônio 2018

No fim de semana dos dias 18 e 19 de agosto o Departamento do Patrimônio Histórico da Prefeitura de São Paulo promove a edição de 2018 de sua Jornada do Patrimônio, evento que mobiliza entusiastas do patrimônio cultural, proprietários e detentores de bens culturais e instituições ligadas à identificação, preservação e valorização do patrimônio. O CPC participa mais uma vez da Jornada com apresentações musicais, palestras, exposições e visitas mediadas à Casa de Dona Yayá.

Durante o fim de semana da Jornada do Patrimônio o CPC ficará aberto excepcionalmente no sábado, 18/8 e no domingo, 19/8, das 9h às 17h.

Programação

Visitação à Casa de Dona Yayá

Dias 18 e 19 de agosto, das 9h às 17h
Grátis

Situado no bairro da Bela Vista, sede do CPC-USP, o edifício conhecido como Casa de Dona Yayá constitui um documento material da transformação da cidade de São Paulo em metrópole. Sendo um dos últimos remanescentes do antigo cinturão de chácaras que circundava a região central da cidade, assumiu importância histórica ainda maior ao ser convertido em local de clausura de sua proprietária mais ilustre, Sebastiana de Mello Freire, Dona Yayá, que por ser considerada mentalmente incapaz ali viveu reclusa entre 1919 e 1961. O imóvel foi transferido à Universidade de São Paulo em 1969, como herança vacante, e passou por um cuidadoso trabalho de recuperação e restauro. Com base nessa rica história material e imaterial, o imóvel foi tombado pelo Estado de São Paulo, em 1998, e pelo Município, em 2002. O CPC-USP promove a valorização do imóvel através de sua abertura ao público, incentivando reflexões a respeito de sua arquitetura, da história do bairro e da personagem Dona Yayá.

Exposições
Sesmaria de passarinhos. Os bens culturais da Zona Leste de São Paulo

Dias 18 e 19 de agosto, das 9h às 17h
Grátis

A exposição faz um recorte do trabalho desenvolvido pelo Grupo Ururay, coletivo formado por jovens pesquisadores e ativistas focados na identificação, preservação e valorização dos bens culturais da Zona Leste da cidade de São Paulo. Apresenta um levantamento fotográfico dos bens tombados ou em processo de tombamento presentes nessa região que, embora seja historicamente preterida em relação às áreas centrais da cidade na formulação e implantação de projetos e políticas públicas, abriga os mais variados grupos sociais, vindos de diversos locais do Brasil e do mundo. Sesmaria de passarinhos é uma realização do CPC em parceria com o Grupo Ururay.

Yayá, um lugar de memória

Dias 18 e 19 de agosto, das 9h às 17h
Grátis

Este pequeno espaço expositivo busca apresentar aos visitantes a trajetória de Sebastiana de Mello Freire, a Dona Yayá. No início dos anos 1920, declarada incapaz de gerir a fortuna da qual era única herdeira após manifestar repetidos sinais de desequilíbrio mental, Dona Yayá passou a viver isolada na casa da Rua Major Diogo até sua morte, em 1961. A mostra apresenta por meio da redução de documentos parte do pouco que se sabe sobre esta personagem que hoje integra a memória do bairro da Bela Vista.

 

Música
Coral Dona Yayá: A música do Bixiga e de São Paulo

18 de agosto, das 11h às 11h45
Grátis

O coral Dona Yayá canta clássicos do samba que retratam a cidade de São Paulo em composições de Geraldo Filme e Adoniran Barbosa, e de compositores atuais, como Eduardo Gudin, Kiko Dinucci e Celso Viáfora. O repertório do grupo, que ensaia desde 2004 na Casa de Dona Yayá, tem se dedicado a representar as manifestações e influências musicais presentes na região do Bixiga, como a Escola de Samba Vai Vai e o bloco Ilú Obá de Min. Regência: Mauro Aulicino.

Coral Todo Canto: Mosaico

19 de agosto, das 11h às 11h45
Grátis

Há peças que são unanimidade no que se refere ao repertório coral. No mundo todo, onde há coral a capella, as peças do período renascentista, especialmente as italianas e francesas, fazem parte do repertório. O grupo apresenta um programa variado, com músicas da Europa e das Américas, que vão da renascença aos dias de hoje, sacras e profanas, populares e eruditas, além de folclóricas e contemporâneas brasileiras. O repertório inclui peças de Debussy, Piazzolla, Brahms e Tom Jobim. Regência: Paula Christina Monteiro.

 

Palestras
Por que patrimônio “cultural” e não “histórico”? Bens culturais a partir de muitas mãos e vozes

Gabriel Fernandes

Dia 19 de agosto, das 14h às 14h45
Grátis

Um imóvel como a Casa de Dona Yayá é entendido como “bem cultural” por diferentes pessoas. Alguns consideram-na importante por ser lugar de memória das questões de gênero e saúde mental, outros pela lembrança da trajetória de Dona Yayá e há também quem defenda sua preservação por ser um dos últimos testemunhos materiais do período em que sua região era caracterizada por pequenas propriedades rurais. Para outros, ainda, a Casa é importante por seu agradável jardim, por ter sido palco de manifestações culturais várias ou por outros tipos de afeto. Nesta atividade conversaremos sobre como nos últimos 30 anos o patrimônio cultural mudou, incorporando outros discursos, vozes, mãos e narrativas. Gabriel Fernandes é pesquisador e especialista em laboratório no CPC-USP, onde desenvolve ações de cultura e extensão universitária com foco em referências culturais e memória.

Memória e imprensa: usos e apropriações da biografia de Dona Yayá

Mayra Carvalho França

Dia 19 de agosto, das 15h às 15h45
Grátis

A palestra aborda as diferentes versões da biografia de Sebastiana de Mello Freire, paulistana mais conhecida como Dona Yayá, presentes na imprensa ao longo do século XX. Discutiremos como a imprensa construiu o imaginário em torno dessa personagem e como essa ação se modificou ao longo dos anos, documentando diferentes tempos sociais da cidade de São Paulo. Nesse encontro apresentamos um ponto de reflexão a partir dos diferentes modos de ver e viver a cidade, como essas articulações modificaram a relação da biografia de Yayá com a memória coletiva popular e até mesmo com o imóvel que hoje leva o seu nome. Mayra Carvalho Ferreira de França, graduanda em História pela USP, desenvolve pesquisa de Iniciação Científica sobre as diferentes formas de construção da memória da cidade sob orientação do Prof. Dr. Elias Thome Saliba.