Por Maria Clara Matos

Fernando Lefèvre, professor da Faculdade de Saúde Pública e coordenador da pesquisa sobre a pílula do dia seguinte

A pesquisa coordenada por Fernando Lefèvre procura investigar e interpretar os sentidos atribuídos à pílula do dia seguinte entre adolescentes e profissionais de saúde. Financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e com apoio do Ministério da Saúde a pesquisa foi realizada na região sul de São Paulo – escolhida pelo alto índice de vulnerabilidade social e pelos altos índices de gravidez na adolescência – e entrevistou 300 jovens entre 12 e 19 anos (232 meninas e 70 meninos), além 60 profissionais de saúde que possuíam interface com os adolescentes.

O método aplicado foi o discurso do sujeito coletivo, criado há cerca de dez anos pelos professores que coordenam o estudo, e que permite, segundo Lefèvre, “a produção de um discurso coletivo com uma representação bastante fiel do pensamento do grupo entrevistado”. As entrevistas pessoais foram baseadas em seis pequenas histórias que apresentavam situações envolvendo o uso da pílula como violência sexual, descuido no uso da camisinha e religiosidade.

Os resultados do estudo serão apresentados em seminários temáticos e vão gerar mais do que páginas de relatórios. A ideia é criar um programa multimídia chamado Di@ Seguinte. Nele, histórias em quadrinhos permitirão aos adolescentes interagirem com os questionamentos e respostas obtidas na pesquisa, recebendo orientação adequada.

Para Lefèvre “o grande objetivo da pesquisa é produzir transformação social e não apenas conhecimento. Os adolescentes são os principais beneficiários desse conteúdo e temos que disponibilizar essa informação para eles”. No final do projeto ainda será lançado um livro sobre o assunto.

Imagens dos quadrinhos que farão parte do projeto multimídia