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Vik Muniz no Masp

O artista plástico e fotógrafo paulista Vik Muniz, radicado em Nova York há 25 anos, ganha retrospectiva no Masp. As mais de 200 imagens que compõem as 131 fotografias (com dimensões que vão de 23,6 cm x 33 cm a 292,1 cm x 180,3 cm) serão acompanhadas por três vídeos, uma espécie de making of da construção de suas obras. O artista atraiu a atenção da comunidade internacional com trabalhos realizados com técnicas variadas e materiais inusitados, como a Mona Lisa de pasta de amendoim, o Che Guevara em geleia e o retrato de Elizabeth Taylor montado com centenas de pequenos diamantes. Recentemente, voltou a surpreender com a série de imagens feitas a partir de lixo.
“Meu sonho é mudar a forma elitista com a qual a arte é encarada”, revela. “Não acredito na separação entre o popular e o inteligente, como se fossem coisas antagônicas”, completa. A forma como relaciona tema ao material é facilmente percebida na série Sugar Children (Criança de Açúcar), que reúne retratos recriados com açúcar de crianças que o artista conheceu no Caribe e que ainda possuíam uma doçura pueril distante do amargor da vida de seus pais, trabalhadores dos canaviais em regime semiescravo.
Para os críticos, pesa ainda o fato de que sua arte permite diversos níveis de leitura e compreensão, desde o apenas imagético até as elaboradas e sofisticadas referências estéticas e intelectuais que a sustentam. Ao lidar com a memória, a ilusão e sobretudo o humor, apoiados no uso de materiais pouco convencionais, o artista imprimiu sua marca, registrando não apenas sua versão do mundo, mas o recriando, literalmente. Ele cria um verdadeiro teatro, com cenas, retratos, objetos e imagens, alguns em escala gigantesca, usando elementos diversos no processo de construção, que pode levar semanas ou mesmo meses. A exposição “Vik” já passou por Nova York (MoMA) e Miami (Miami Fine Arts Museum), além de Canadá e México, e desembarca no Brasil em versão ampliada, somando mais 20 trabalhos, incluindo três trípticos monumentais. Também acompanha a mostra, um livro-catálogo, editado pela Aprazível Edições e Arte.

Autorretrato do artista, uma das obras da mostra que foi fenômeno de público no Rio de Janeiro

Autorretrato do artista, uma das obras da mostra que foi fenômeno de público no Rio de Janeiro

Filho de um garçom e uma telefonista, Vik Muniz foi criado em São Paulo, onde iniciou seus estudos de arte, e chegou aos Estados Unidos graças a um acidente, em que foi recompensado em dinheiro, financiando então sua viagem a Chicago, em 1983. Dois anos depois, ele foi para Nova York, onde vive até hoje, e foi lá que fez sucesso, quando um crítico do New York Times foi conferir a exposição principal de uma galeria e se deparou com a série Sugar Children, colocada discretamente em uma sala dos fundos. A partir daí, recebeu convites para participar da famosa mostra “New Photography” do MoMA, e suas obras foram adquiridas pelo Guggenheim Museum e pelo Metropolitan Museum of Art. Hoje, seu trabalho também pode ser visto em revistas, como a Esquire.

Masp
Av. Paulista,  1.578
T. (11) 3251-5644
H. de terça a domingo e feriados, das 11h às 18h (quintas até as 20h)
Ingressos: R$ 15,00 (grátis às terças)
Até 12 de julho

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