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Pesquisa avalia qualidade de vida e estado de saúde de funcionários da USP

Embora 60 % esteja acima do peso, os entrevistado avaliaram bem sua qualidade de vida

Por Gustavo Paiva

Como está a qualidade de vida dos funcionários da USP? Essa foi a pergunta que uma pesquisa exploratória aplicada em funcionários de cinco unidades da Universidade buscou responder. Entre os anos de 2005 e 2007, o Projeto Integrado de Nutrição Humana Aplicada (Prinutha) coletou dados de uma amostra de 276 funcionários da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF), Faculdade de Saúde Pública (FSP), Reitoria e Prefeitura do Campus da Capital (PCO), procurando avaliar a qualidade de vida e o estado nutricional dos funcionários dessas unidades.

Milena Nespeca, aluna de mestrado

A pesquisa foi realizada nas unidades que compõem o Programa de Pós-Graduação Interunidades em Nutrição Humana Aplicada (Pronut), de onde surgiu o Prinutha, e nas duas unidades com o maior número de funcionários na Cidade Universitária: a Reitoria, com um total de 758 funcionários, segundo o anuário da USP de 2004, e a PCO, com 445. A professora da FEA Denise Cyrillo, coordenadora do programa, justifica a escolha afirmando que precisava de uma população de amostragem ao seu alcance e ressalta a importância do papel dos funcionários para o funcionamento da Universidade. “Trabalho na USP há muito tempo e tenho a percepção de que os funcionários são muito importantes para que a Universidade cumpra sua função”, diz a professora.

Milena Nespeca, nutricionista e aluna de mestrado do Pronut, conduz uma dissertação sobre o impacto da qualidade de vida no trabalho no setor público, partindo da análise dos dados levantados pelo Prinutha. Ela ressalta o impacto da qualidade de vida sobre as atividades profissionais. “Hábitos alimentares, atividade física, sono e repouso, bem-estar pessoal, lazer e diversão, inserção social e ocupação principal são aspectos que podem influenciar a funcionalidade do trabalhador, e atrapalhar seu rendimento no trabalho”, diz Milena.

Durante a pesquisa, foram aplicados questionários socioeconômicos e demográficos, de autoavaliação da qualidade de vida e um recordatário, que buscou recuperar tudo o que foi ingerido pelo entrevistado nas últimas 24 horas, bem como as quantidades ingeridas. Também foram medidas as características antropométricas (peso e altura) dos participantes, para determinação do Índice de Massa Corporal (IMC). O cálculo do IMC permitiu que fosse determinado o estado nutricional dos funcionários. Segundo Milena, a média de IMC foi de 26,6 kg/ m2, ultrapassando a faixa entre 18,5 kg/ m2 e 24,9 kg/ m2, considerara normal pela Organização Mundial da Saúde. A pesquisa revela ainda que mais de 60% dos funcionários entrevistados estão com obesidade ou acima do peso, enquanto o índice nacional, segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2002-2003, é de 40%.

Por outro lado, segundo Milena, a autoavaliação da qualidade de vida pode ser considerada positiva. Os funcionários deram uma nota de zero a cinco, sendo zero a mais baixa e cinco a mais alta, para sete itens considerados fundamentais para o bem-estar das pessoas: hábitos alimentares (1), atividade física (2), sono e repouso (3), bem-estar pessoal (4), lazer e diversão (5), inserção social (6) e ocupação principal (7), neste caso a função que desempenham na USP. Os entrevistados deram boas notas para a maioria dos itens. Com cada uma das notas obtidas foi construído o chamado heptágono vital (como na figura abaixo) cuja área representa a qualidade de vida do avaliado.

O heptágono vital das mulheres entrevistadas mostra que elas avaliaram melhor a qualidade de vida, se destacando no quesito inserção social

O heptágono vital das mulheres entrevistadas mostra que elas avaliaram melhor a qualidade de vida, se destacando no quesito inserção social

O resultado mostrou uma área maior no heptágono vital das mulheres, apontando uma maior qualidade de vida. Na média, os itens bem-estar social, lazer e diversão, inserção social e ocupação principal foram bem avaliados, com notas próximas de quatro. Já os itens hábitos alimentares, atividade física e sono e repouso obtiveram as notas mais baixas na autoavaliação dos funcionários. O item atividade física teve média abaixo de três.

Milena estudou também a qualidade do consumo alimentar dos funcionários, fazendo o cálculo do Índice de Alimentação Saudável. Segundo Milena, os resultados já encontrados mostram uma má alimentação. “Aproximadamente 12,1% dos funcionários apresentam uma dieta que necessita de modificação, 87,9 % apresentam uma dieta inadequada e nenhum indivíduo apresentou dieta adequada”, afirma.

Conforme aponta Milena, os três itens mal avaliados estão muito ligados e têm implicações diretas na produtividade. “O sobrepeso, que na maioria dos casos é consequência de maus hábitos alimentares, relaciona-se com uma diminuição para esforços físicos e fadiga no desempenho de tarefas, e também com sentimento de frustração e insatisfação consigo mesmo, que tem influência direta no bem-estar físico, psicológico, e na motivação do indivíduo. O mesmo acontece em relação ao sono e à pratica de atividade física”, diz a nutricionista.

As mulheres têm mais incidência de obesidade, cerca de 20%, enquanto os homens sofrem de sobrepeso

Conforme aponta Milena, os três itens mal avaliados estão muito ligados e têm implicações diretas na produtividade. “O sobrepeso, que na maioria dos casos é consequência de maus hábitos alimentares, relaciona-se com uma diminuição para esforços físicos e fadiga no desempenho de tarefas, e também com sentimento de frustração e insatisfação consigo mesmo, que tem influência direta no bem-estar físico, psicológico, e na motivação do indivíduo. O mesmo acontece em relação ao sono e à pratica de atividade física”, diz a nutricionista.

Para melhorar a qualidade de vida dos funcionários, o Prinutha realizou nas cinco unidades pesquisadas, paralelamente aos levantamentos, palestras sobre nutrição e alimentação balanceada, elementos importantes para uma boa qualidade de vida e dicas de economia doméstica.

E você, como avalia sua qualidade de vida? Veja nos links abaixo o material distribuído nas palestras do Prinutha, com dicas de nutrição, atividades físicas e economia doméstica, um relatório da pesquisa e dicas de locais para a prática esportiva dentro e fora da Universidade.

Relatório do Prinutha
http://www.econ.fea.usp.br/prinutha/RelProjReit07.pdf

Folder do Prinutha – Parte 1
folder-prinutha1

Folder do Prinutha – Parte 1
folder-prinutha2

Sesc
http://www.sescsp.org.br/sesc/

Centro de Práticas Esportivas da USP
http://www.cepe.usp.br/

Programas de atividades físicas no Campus de Bauru

http://espaber.uspnet.usp.br/espaber/?p=2290

http://www.pcab.usp.br/

Centro de Educação Física, Esportes e Recreação (Cefer) do Campus de Ribeirão Preto
http://www.pcarp.usp.br/cefer/

Cefer do Campus de Pirassununga
http://www.usp.br/pcaps/

Cefer do Campus de São Carlos
http://www.sc.usp.br/cefer/

Cefer do Campus de Piracicaba
http://www.pclq.usp.br/dvatcom/cefer.htm

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