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Artista plástica formada pela Escola de Comunicações e Artes reconstrói casa chilena em São Paulo
Por Isabela Morais
A Galeria de Arte Mário Schenberg se transformou numa casa. Com aposentos repletos de objetos, vídeos e imagens e delimitados por divisórias, o espaço recebe, até o dia 23/1, a exposição “Casapina”, da artista plástica Patrícia Osses. A mostra reconstrói os cômodos de uma antiga casa do centro histórico de Santiago, capital chilena, por meio da fotografia, da performance, do vídeo, da música e da instalação.
Casapina foi pensada cômodo a cômodo pela artista durante sua estadia em Santiago. Apesar de natural da capital chilena, Patrícia – formada em Artes Plásticas pela Escola de Comunicações e Artes (ECA) e mestre em Poéticas Visuais pela mesma instituição – vive e trabalha em São Paulo. “Vim para o Brasil com cerca de dois anos de idade”, ela conta. Porém, com uma ideia pré-formulada do projeto na cabeça, a artista voltou para sua terra natal, nos anos de 2007 e 2009, em busca de seu passado, reavivando as lembranças das vezes em que visitou os parentes naquele país durante a infância.
“Eu queria descobrir como seria a minha casa se tivesse vivido no meu país natal, e ali estava Casapina, onde morou a minha avó paterna, Agripina.” Na casa que pertencia à família do pai e que também funcionava como uma loja de pesca, a artista ocupou cada ambiente com projetos visuais específicos, considerando aspectos formais, funcionais e de contexto para narrar diferentes formas de se estar ali. “A casa estava em ruínas, abalada por terremotos e pelos seus mais de 100 anos. Mas era um lugar que ainda estava no meu imaginário”, revela a artista.
O espaço interno da residência foi o ponto de partida para a realização da obra visual de reconstrução do local. A artista revela: “Foi um processo de busca pela casa original”. Após a conclusão do trabalho, a casa, transformada em imagem, tornou-se mais leve e acessível. Patrícia diz: “Esse processo de construção da imagem da casa torna visíveis lugares normalmente inacessíveis, privados e interiores, que muitas vezes não se mostram a olhares externos”.
Por sua leveza e acessibilidade, Casapina foi transportada para a galeria Mário Schenberg, após ser um dos projetos contemplados com o Prêmio Funarte de Arte Contemporânea 2010 em 23 de junho. Essa premiação promovida pela Fundação Nacional de Artes dá a oportunidade de ocupação para diversos projetos artísticos de 15 espaços nas cidades do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e São Paulo. A avaliação é realizada por profissionais notórios da área de artes visuais, entre eles Evandro Vilela Teixeira de Salles, José Afonso Medeiros Souza, Luiz Guilherme de Barros Falcão Vergara, Maria Amélia Bulhões Garcia e Roaleno Ribeiro Amancio Costa.
Na galeria em que Casapina pode ser vista, os cômodos foram reconstruídos com divisórias formando o vestíbulo, o corredor, a sala de jantar, o quarto, o banheiro, o quarto de castigo, a copa e uma claraboia. Também estão presentes a fachada, o telhado, as portas, uma passagem secreta e o pátio de luz.
Quem quiser pode conferir a exposição até o dia 23/1 na galeria, antes que a casa se transporte para outro lugar.
Exposição Casapina
Local: Galeria Mário Schenberg. Alameda Nothmann, 1.058, Campos Elíseos – São Paulo
Telefone: (11) 3662–5177
Valor: entrada gratuita
Horário: das 14h às 22h
Data: de 18/11 a 23/1/2011