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Tranquilidade em pequenas ações

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Por Thaís Viveiro

Vilão ou uma alavanca para vida. Dependendo de nossa personalidade e estilo de vida, o estresse pode assumir significados bastante diferentes. Alguns pequenos elementos, no entanto, podem ser bastante úteis para o estabelecimento de uma boa relação com ele.

Inspirar e expirar

O coordenador dos cursos de Ioga do Cepe, professor Marcos Rojo, afirma que alguns minutos do dia dedicados a uma respiração permitem evitar estados de irritação e apreensão. Rojo recomenda respirações profundas, com o prolongamento da expiração – o ideal é que ela dure o dobro do tempo da inspiração. “A saída do ar está conectada ao lado calmante do sistema nervoso autônomo, o sistema parassimpático. Por isso que, quando recebemos uma boa notícia, soltamos o ar”, explica.

A respiração deve ser repetida ao menos dez vezes consecutivas, a fim de permitir uma interferência desse novo padrão respiratório, e o exercício deve ser feito duas vezes por dia, seja no ônibus, em uma fila de espera ou durante o trabalho. “O importante é que a coluna esteja ereta, para permitir uma inspiração profunda”, indica o professor.

Elko Perissinotti fala sobre o tratamento com cães terapeutas

Cães-terapeutas

Estudos recentes têm comprovado que a convivência com animais de estimação ajudam a reduzir o estresse nocivo e a irritabilidade. É o que aponta o psiquiatra Elko Perissinotti, vice-diretor do Hospital Dia do Instituto de Psiquiatria (Ipq) do Hospital das Clínicas, instituição que utiliza os chamados “cães-terapeutas” do Instituto Nacional de Ações e Terapias Assistidas por Animais (INATAA), animais treinados por veterinários e psicólogos especializados em Psicologia Animal. “Elas sorriem muito mais, baixando os níveis de cortisol (estressor) e aumentando os níveis de serotonina (bem-estar)”, explica o psiquiatra, referindo-se a pessoas que convivem com algum animal de estimação.

Segundo Perissinotti, a presença de animais no cotidiano promove também um aumento da imunoglobulina A, importante defensora contra a invasão de vírus e bactérias.

Maria Julia Paes Silva acredita no poder terapêutico da música

O poder dos sons

Já a diretora do Departamento de Enfermagem, Maria Júlia Paes Silva, busca a sua tranquilidade na música. Desde pequena bastante interessada por essa arte, hoje ela pretende trazer seus benefícios para hospitais e para a academia. Em 2007, experimentou acrescentar ao setor de emergência de um hospital paulistano, área em que o estresse e ansiedade são bastante presentes, um pouco dos sons de Johan Sebastian Bach. Entre os profissionais envolvidos na pesquisa, 77,5% percebeu uma mudança no ambiente e 41% perceberam alteração na realização de suas atividades.

Marcos Rojo indica respiração profunda para evitar estados de irritação e apreensão

“A gente não tem dúvida de que a música é terapêutica”, afirma Maria Júlia. Entretanto, ainda pouco se sabe sobre como o nosso organismo reage a esses sons minuciosamente construídos. Uma corrente afirma que a música opera pela distração: ela leva a atenção para outro lugar e então é possível relaxar. Mas há também os que afirmam que o seu poder reside na própria vibração do som. “Os estudos da física quântica têm mostrado que deve existir uma frequência vibratória que entra em consonância com o ser humano”, explica a professora. Tal frequência, possivelmente presente na música erudita, poderia induzir a mente a determinados estados. Ainda com muitos estudos a serem desenvolvidos nesse campo, a diretora não hesita em recomendá-la, mas adverte: “Como qualquer remédio, depende da dosagem”.

Leia mais sobre o estresse no texto “Instinto de vida”.

2 comentários sobre “Tranquilidade em pequenas ações”

  1. Beatriz L. A. Ferrei disse:

    Adorei a matéria, quase nada conhecida, sobre a respiração tranquilizante. A título de sugestáo, gostaria de saber dos doutores matérias sobre os métodos de meditação, os quais, se sabe, proporcionam náo só calma,mas benefícios desejados como tem aparecido em pesquisas sobre o cérebro, ligando-a ao aumento /fortalecimento de regiões cerebrais.Abraço Beatriz

  2. Silvania Machado disse:

    Bom dia.

    Adoro as matérias relacionadas ao stress, mas acima de tudo a maneira como o Dr. Elko Perissinotti faz o tratamento em seus pacientes, usa medicina alternativa associado ao tratamento alopático (creio eu).

    Sofro de depressão desde 1996 e normalmente o meu quadro de piora se deve ao estresse. Fiquei 6 anos afastada do trabalho.

    Já cansei de mudar de pisiquiatra, os psicotrópicos parecem não fazer efeito.

    Gostaria muito de me consultar com o Dr Elko Perissotti, tenho certeza que ele pode contribuir enormenmente.

    Obrigada

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