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Sigmar Polke, um espírito livre

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Por Jéssica Camargo Stuque

Uma das mais significativas forças criativas da Europa pós-guerra ganha exposição no Masp, “Sigmar Polke – Realismo Capitalista e outras histórias ilustradas”. Primeira mostra internacional após sua morte em junho de 2010, aos 69 anos, traz a série completa das gravuras criadas pelo artista alemão entre 1963 e 2009. No total apresenta 220 gravuras e objetos cedidos pelo colecionador Axel Ciesielski, além de 25 desenhos da série Day by Day, concebida por Polke para a 13ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo de 1975 – quando o artista levou o prêmio pintura – e cedida à mostra pela Coleção Heinrich.

Através de suas obras, pode-se notar que o artista não se caracterizou em uma escola ou estilo específico. Era um iconoclasta de espírito livre. Teixeira Coelho, curador da mostra, relata em seu texto, A liberdade de querer, sobre o artista: “Polke, ainda mais que os outros, fez de fato com sua obra variada, feita de pinturas, guaches, gravuras, fotografias e filmes, uma história de tudo. Uma história do futebol à política, passando pelas Olimpíadas e pelas cenas da vida contemporânea. Da Alemanha e do mundo”. E complementa: “Um artista, se diz, precisa ter o que dizer sobre o mundo, para que aquilo que ele diz se agregue ao mundo. O que Polke tem a dizer sobre o mundo é muita coisa”.

Biografia

Polke nasceu em 1941 na Sibéria (região incorporada à Alemanha Oriental em 1949) e aos 12 anos se mudou com a família para Alemanha Ocidental. Aos 20 anos, foi aceito na Academia de Artes de Düsseldorf e, em 1963, ganhou visibilidade ao organizar, junto a Gerhard Ritcher e Konrad Fisher – seus colegas de classe –, a performance que virou depois movimento Realismo Capitalista, batizado desta maneira para satirizar o Realismo Socialista – doutrina estética e artística oficial da União Soviética –, e para criticar a doutrina artística capitalista ocidental.

Nos anos 1970, sua obra se concentrou principalmente na produção e manipulação fotográfica, em meio a suas diversas viagens mundo afora. Já nos anos 1980 experimentou diferentes tipos de tinta, compostos químicos e solventes para, em 1986, levar o Leão de Ouro na Bienal de Veneza, pela instalação Athanor, prêmio que consolidou seu nome como um dos artistas mais importantes da arte alemã, ao lado de Joseph Beyes, Ritcher, Gerog Baselits e Anselm Kiefer. A obra foi feita com tinta produzida por ele mesmo à base de pigmentos que reagiam à luz e umidade do local, mudando de cor. Tereza Arruda, também curadora, aponta: “A curiosidade experimental sempre fez parte de sua prática de vida. Graças a este desprendimento e incansável atitude laboratorial é que temos obras tão ricas em sua diversidade”.

“Sigmar Polke – Realismo Capitalista e outras histórias ilustradas” segue em cartaz até 29 de janeiro de 2012, de terça a domingo, das 11h às 18h (às quintas o horário se estende até as 20h). Ingressos: R$ 15,00 (às terças a entrada é gratuita). A mostra conta com apoio do Deutsche Bank e da Mercedes-Benz.

 

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