Seminário organizado pelo Centro de Preservação Cultural da USP debate a questão do reconhecimento dos bens culturais Na próxima semana, nos dias 26, 27 e 28 de maio, o Centro de Preservação Cultural (CPC) da USP, instalado na Casa...
O ser humano é naturalmente refratário a mudanças, por melhores que elas possam ser. Em um primeiro momento, prefere-se manter a situação já conhecida do que experimentar a novidade. Depois, com o tempo, a coisa tende a mudar. Mas há situações nas quais a mudança não só não é bem absorvida como, para piorar, é mal explicada – por mais que esteja eivada de boas intenções.
É o caso das famosas sacolinhas plásticas de supermercados, aquelas que foram banidas dos caixas e das mãos dos consumidores por decreto. A justificativa é salvar o planeta. Ok, a justificativa é mais do que válida. Mas será que é exatamente isso o que vai acontecer? Não haveria aí um certo quê de oportunismo? E, por outro lado, como fica o bolso do consumidor, posto que o preço das sacolinhas estava embutido no valor dos produtos comprados – e até agora não parece ter sido extirpado de lá. Ou seja, as sacolinhas se foram, mas os preços não mudaram – ao contrário. Quem quiser que compre sacolas “ecológicas” nos próprios estabelecimentos. Um caso de duplo faturamento?
Todas essas questões, que dizem respeito diretamente a todos nós, consumidores, estão presentes na matéria de capa desta nossa nova edição. Não pretendemos dar respostas definitivas, mas os especialistas ouvidos mostram que a história, apesar de bem contada, não é bem a que se apresenta na realidade. Muita coisa ainda será discutida a respeito, mas é bom que essa discussão se resolva logo, antes que pareça um saco sem fundo.