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Releituras em Noel

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Série de apresentações no CCBB relembra e reinventa a obra de Noel Rosa, que comemora centenário em dezembro

Em homenagem ao centenário de um dos maiores compositores da música popular brasileira, o Centro Cultural Banco do Brasil o projeto Noel Rosa – Um Novo Século. O projeto apresenta uma série de encontros musicais semanais em homenagem ao histórico compositor, relembrando suas principais obras.

Além de músicas clássicas, o público irá presenciar no dia 14 de dezembro, Arto Lindsay, Kassin, Moreno Veloso, Domenico Lancelotti, Pedro Sá se reúnem para encerrar a programação.

Com curadoria de Luís Felipe de Lima, os duetos foram escolhidos com o objetivo de integrar artistas que possuíssem estilos de certa forma distantes do samba e da musicalidade de Noel. “Decidimos não fazer escolhas óbvias para reforçar assim o caráter contemporâneo das obras, que são abertas a interpretações atuais em todos os tipos de estilos”, afirma.

Sergio Cabral, Chico César, Luiz Tatit, Lucas Santtana e Henrique Cazes também estarão presentes nas projeções de vídeo com personalidades do mundo da música, que comentarão sobre a genialidade da obra de Rosa.

Com a série musical Noel Rosa – Um Novo Século, o público terá um panorama das obras do compositor por meio dos artistas que farão uma releitura, prestando homenagem a Noel que, em apenas 26 anos de vida, compôs mais de 300 músicas.

Vida ímpar – Noel Rosa é explicado por críticos, historiados e artistas por duas palavras: transformação e integração. Nos anos 1930, o compositor transformou a lírica da canção popular. O que antes era coloquial, anedótica, debochada, satírica e confinava-se nos limites da canção carnavalesca e perdia-se em exageros poéticos, passa a ter letra inspirada no linguajar popular, nos episódios do dia a dia, nos personagens da cidade, nos temas da época (e ao mesmo tempo de todas as épocas), como maus governos, falta de dinheiro, fome, crime, mendicância, marginalidade, boêmia. Noel desce das alturas do poeta derramado para o chão do homem comum.

Quanto à integração, refere-se às conscientes viagens que realizou morro acima (Mangueira, Salgueiro, São Carlos, Serrinha, Gamboa, Favela), atrás de compositores negros responsáveis, nos anos 20 e 30, pelo melhor samba carioca. Noel tornou-se parceiro deles integrando-se à estética de cada um. Numa época em que parcerias inter-raciais praticamente não existiam, o jovem branco, culto, de classe média da Vila Isabel, se uniu a treze sambistas de morro para enriquecer a música. Foi quando a chamada Época de Ouro da Música Brasileira (1930-1945) se consolidou.

Vale lembrar que muitos compositores beberam na fonte de Noel Rosa. Chico Buarque, Tom Jobim, Paulo César Pinheiro, Aldir Blanc, Lupicinio Rodrigues, João Nogueira, Paulo Vanzolini e Dorival Caymmi. Ainda hoje sua obra atemporal dotada de imenso poder de comunicação tem sido alvo permanente de ciclos de redescoberta entre o público jovem.

As apresentações do projeto Noel Rosa –  Um novo século, 7 e 14 de dezembro, terças, às 13h e 19h30, no Centro Cultural Banco do Brasil (r.  Álvaro Penteado, 112, Centro, São Paulo). Informações: 3113-3651/ 3113-3652. Ingressos: R$ 6,00 e R$ 3,00 (meia-entrada).

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