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Projeto mostra sustentabilidade como modo de vida

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Projeto Eco-Eletro, em parceria com a Petrobras e com o instituto GEA, visa o treinamento de catadores no manuseio e negociação de lixo eletrônico

Desenvolvido pela Escola Politécnica (Poli), ele mostra a relação entre engenharia e desenvolvimento socioambiental

 

Por Alessandra Goes Alves

Inovação, sustentabilidade, valorização do humano e inclusão social. Esses são os valores defendidos pelo Lassu (Laboratório de Sustentabilidade em Tecnologia da Informação e Comunicação), criado com o objetivo de estudar e disseminar conhecimento sobre sustentabilidade e reciclagem de equipamentos eletrônicos. “Ele nasceu ao vermos muitos problemas com a questão do lixo eletrônico. As placas do circuito impresso, por exemplo, são exportadas para a Bélgica porque não há solução tecnológica para elas no Brasil”, explica Tereza Cristina Melo de Brito Carvalho, coordenadora do projeto e professora-assistente da Escola Politécnica (Poli).

Criado em setembro de 2010, pertencente ao Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais (PCS) da Poli, o Lassu atua conjuntamente com o Centro de Descarte e Reúso de Resíduos de Informática (Cedir), que recicla equipamentos eletroeletrônicos descartados pela comunidade uspiana e por pessoas físicas e verifica se eles podem ser reutilizados em projetos sociais O Cedir é ligado ao Centro de Computação Eletronica (CCE), responsável por prestar services de informática (como suporte e manutenção) para a comunidade universitária.

 

 

Instalações do CEDIR, Centro de reuso e descarte sustentável de lixo eletrônico, incluindo bens de informática e telecomunicações

 

Por ser um laboratório, o Lassu desenvolve propostas multidisciplinares, envolvendo ensino, pesquisa e extensão – as três áreas que formam o tripé universitário. Muitas atividades são realizadas com parceiros, nacionais e estrangeiros. Uma delas é feita a partir da parceria com a Petrobras e o Instituto GEA (organização que assessora a população na implantação de coleta seletiva e reciclagem). A proposta é fornecer conceituação básica sobre microinformática e reciclagem de lixo eletrônico para catadores que atuam em cooperativas. “A Petrobras, responsável por financiar o projeto Desenvolvimento e Cidadania, selecionou 113 propostas das 5.113 enviadas. A do Lassu foi uma delas”, conta a professora Tereza. Na parceria, o Lassu e o Cedir desenvolvem o conhecimento técnico e o Instituto GEA seleciona os catadores de lixo.

Há também parceiros internacionais, como o Massachusett Institute of Tecnology (MIT), um dos centros universitários líderes mundiais em ciência.  Um do programas, o MIT/D-Lab, desenvolve tecnologias sociais baratas e sustentáveis para atender às necessidades de comunidades. Já o MIT L-Lab, outra atividade do MIT que envolve o Lassu, trabalha competências de liderança com foco em sustentabilidade. A partir dela se desenvolveu o conceito de sapato sustentável, que prevê processos produtivos com substâncias menos agressivas ao meio ambiente e pensa no processo de degradação do calçado. Essa parceria busca criar um selo sustentável para incentivar a troca do cromo (substância química altamente tóxica) pelo tanino (não-tóxica) no processo de amaciamento de couro. Uma das principais propostas do Lassu é aplicar tecnologia de informação em questões ambientais, retornando a matéria-prima à cadeia produtiva e incentivando empresas a criarem projetos sustentáveis.

O Lassu também vem realizando trabalhos sobre ecodesign, conceito que concebe um equipamento pensando em seu descarte. Além de professores da Poli, os estudos envolvem a participação de Maria Cecilia Loschiavo dos Santos, docente do Departamento de Projetos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU). O trabalho, iniciado em 2011, é realizado em parceria com a Universidade de Boston.

Tereza Carvalho se diz realizada. “O conceito de sustentabilidade possui os eixos econômico, ambiental, social e cultural. As pessoas ainda estão aprendendo a pensar na sustentabilidade envolvendo todos eles.” Ela diz que, além de promover a integração com alunos de outras universidades, a importância do Lassu refere-se à questão social. “Se o homem se realiza enquanto ser humano, ele cresce enquanto pessoa, fazendo outras pessoas crescerem também”. Ela conta que os alunos integrantes são muito envolvidos e apaixonados pelo projeto, mas conta que há alunos que o veem com estranheza. “Queremos mostrar como engenharia e a questão social estão relacionadas.”

Professora Tereza Cristina Carvalho, coordenadora do Lassu

 

O trabalho desenvolvido pelo Lassu já foi reconhecido e premiado. Em 2008, recebeu menção honrosa no prêmio Mário Covas pela criação do selo verde. No ano seguinte, ganhou o mesmo prêmio pela implantação do Cedir. Em 2010, a sua parceria com o Cedir recebeu o Prêmio Iniciativa Verde, cedido pela revista Infoexame.

Nos meses de setembro e outubro, haverá reuniões para organizar o MIT D-Lab de 2012. Nesse período, serão abertas chamadas para convocar interessados para participar do projeto em janeiro do próximo ano. Estes devem enviar e-mail para terezacarvalho@usp.br.

A entrega de lixo eletrônico ao Cedir deve ser agendada pelos telefones (11) 3091-6454, (11) 3091-6455 ou (11) 3091-6456. A coleta funciona de segunda a sexta, das 9h às 18h ou pelo e-mail consulta@usp.br. O Cedir fica na Avenida Professor Lucio Martins Rodrigues, travessa 4, número 399, Bloco 27.

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