Seminário organizado pelo Centro de Preservação Cultural da USP debate a questão do reconhecimento dos bens culturais Na próxima semana, nos dias 26, 27 e 28 de maio, o Centro de Preservação Cultural (CPC) da USP, instalado na Casa...
Consultor de finanças dá dicas de como planejar e administrar o seu dinheiro para as compras de final de ano
Por Isabela Morais
“O momento para falar sobre os gastos de fim de ano não poderia ser mais oportuno.” Para Ricardo Humberto Rocha, coautor dos livros Esticando a grana e Como esticar seu dinheiro, outubro chega e o planejamento do que será gasto nos próximos meses já deve começar. Professor de finanças da Fundação Vanzolini, instituição ligada à Escola Politécnica (Poli), e doutor em administração pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), Rocha dá dicas financeiras para que 2012 chegue sem trazer dores de cabeça e contas excessivas a pagar.
Planejamento das compras
A primeira precaução surge em novembro, quando cai a primeira parcela do décimo terceiro salário. “Controle a ansiedade”, aconselha Rocha. Poupar parte dele é uma boa estratégia. “Em janeiro tem IPVA, IPTU, gastos com material escolar, as parcelas das compras de fim de ano. Por isso, é importante aplicar parte do décimo terceiro em fundos de renda fixa, tesouro direto, poupança etc. Se a pessoa não souber guardar, vai ficar pagando contas até abril”, explica.
E o planejamento do Natal e do Ano Novo já deve começar. Rocha aconselha que cada família crie uma lista com os gastos estimados de presentes, alimentos e viagens. Mais importante do que colocar tudo no papel é saber dar prioridades. “Se você tem uma família muito grande, não dá para presentear todos com coisas caras. Saiba dar prioridades. O importante no Natal é ser lembrado. É possível comprar presentes baratos que façam bem esse papel”, diz o professor. Depois de definir os itens, pesquise, e muito, pelas melhores ofertas.
O valor gasto não pode ser maior que o valor ganho. O conselho parece trivial, mas, conforme alerta Rocha, muita gente acaba se esquecendo. “As pessoas saem de casa para comprar coisas com o pensamento: ‘Acho que vai dar’ e acabam gastando mais do que podem. É preciso ter certeza de que tudo vai caber no orçamento. Pensar que não é fácil ganhar dinheiro ajuda”, conta.
Mas sempre existem aqueles que deixam tudo para a última hora. Às vésperas do Natal, uma boa pesquisa na internet pode ajudar. “Não é o ideal, mas de última hora é o que pode funcionar”, ressalta o professor. E completa: “É sempre melhor se antecipar e fazer as compras o quanto antes. Brinquedos e alimentos, por exemplo, são produtos que costumam ficar mais caros em novembro e dezembro”.
Antes de botar o pé na rua ou dar o clique de compra, verifique a fatura do seu cartão de crédito. Segundo Rocha, se você ainda tem parcelas que serão pagas durante os meses de outubro, novembro e dezembro, tenha em mente que o crédito deverá ser utilizado moderadamente.
Defina prioridades. Não é preciso dar presentes caros para todos. Uma lembrança simples não diminui o espírito natalino
Evite as tentações
A primeira das tentações na hora das compras é o cartão de crédito. “A dica que eu dou é deixá-lo na carteira, mas esquecer que ele existe”, brinca o professor. Comprar à vista é sempre mais vantajoso. Para Rocha, o brasileiro precisa aprender a pechinchar. “Um desconto de 3% já é razoável. Um de 5% é muito bom. Se você conseguir um de 10%, excelente! Pode parecer pouco, mas a longo prazo essa prática faz uma diferença enorme no orçamento.” Disposto a chorar por descontos, a tentação do crédito diminui.
Liquidações e promoções também podem se tornar inimigas do bolso. “Elas são tentadoras, mas podem fazer você comprar o que você não precisa, na cor que não gosta e no tamanho que não te serve”, argumenta. Se não planejou, não compre.
Entre as tentações mais recentes, estão as compras coletivas. Para o professor, elas devem ser utilizadas para comprar o que realmente é necessário, pois os preços são muito pequenos. Mas ele alerta que, assim como as liquidações, os sites de compras coletivas podem criar um impulso de consumir o que não é necessário. “Estou vendo muita gente comprando só porque é barato. Ainda temos esse hábito de comprar só por causa do baixo preço. Isso vem da época da crise inflacionária, mas hoje em dia não cabe mais”, conta Rocha.
Mesmo com o recente desaquecimento da economia brasileira, Ricardo Rocha considera que o mercado estará muito agitado para as compras de Natal e fim de ano. “Acho que essa desaceleração econômica não se refletirá neste ano. Muito provavelmente teremos um Natal tão bom quanto o do ano passado”, ele completa.
Com uma lista nas mãos, prioridades na cabeça e um cartão de crédito escondido na carteira é possível fazer das festas de fim de ano uma boa recordação para a memória e um bom negócio para o bolso.