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O riso do absurdo em cartaz no Tusp

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Peça da Cia. dos Outros explora com humor negro as mentiras, simulacros e clichês das relações humanas

Por Isadora Martins

Imagine ilustrações de Norman Rockwell, mescladas a filmes de David Lynch, contos de Dorothy Parker e gags do cinema mudo, com um fundo musical do leste europeu – num teatro. A miscelânea de elementos e referências é a primeira coisa que salta aos olhos do espectador na comédia Corra como um Coelho, da Cia. dos Outros, que acaba de entrar em cartaz no Teatro da USP (Tusp). Com direção de Fernanda Camargo, o espetáculo estreou em outubro de 2009 no Sesc Avenida Paulista e foi contemplado com o Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz. Após percorrer o Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Curitiba e Campinas, a peça cult desembarca novamente na capital paulistana em curta temporada até o dia 14 de novembro.

O cenário simula um palacete antiquado, com bichos empalhados, pratarias e poltronas empoeiradas. Neste ambiente obsoleto, três personagens que beiram o absurdo estão em cena: uma dondoca pós-moderna com tendências suicidas (Carolina Bianchi), um estrangeiro ingênuo porém perigoso (Pedro Cameron) e um curioso rapaz ferido (Tomás Decina).

Figuras pitorescas, ávidas por manter as aparências, eles proclamam discursos duvidosos, provocam acidentes e se perdem num jogo entre o que é falso e o que é real. Seus depoimentos tragicômicos promovem um mergulho no ridículo de suas existências e de determinados comportamentos sociais. São sujeitos precários que fogem como o coelho atrasado de Alice, mas que não chegam a lugar algum, como se transitassem em círculos no absurdo das relações.

Corra como um Coelho, da Cia. dos Outros

A criação coletiva recebeu orientação de Antônio Araújo (Teatro da Vertigem) e José Fernando Azevedo (Teatro de Narradores), importantes nomes da cena teatral do Brasil. A sobreposição de tantas referências não acontece por acaso, pois o desejo do grupo é justamente criar uma síntese desse mundo de simulacros, pastiches e clichês em que estamos mergulhados. O processo revelou o humor e ironia da paródia como potentes ferramentas, capazes de interrogar a condição do artista e da própria arte. Para questionar, conferir e rir.

Corra como um Coelho, da Cia. dos Outros, fica em cartaz até 14 de novembro, sextas e sábados, às 21h, e domingos, às 20h, no Tusp (r. Maria Antonia, 294, tel. 3259-8342). Ingressos: R$ 20,00, com meia-entrada.

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