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Nele: estudo e amor pelo livro

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Núcleo de Estudos do Livro e da Editoração realiza e publica pesquisas e estudos sobre o livro. História, censura, design, entre outros assuntos, são desenvolvidos e têm como um dos resultados a revista Livro

Por Daniela Bernardi

O Núcleo de Estudos do Livro e da Editoração (Nele) é um espaço de realização, promoção, registro e disseminação de estudos e pesquisas sobre a história do livro e da edição do Brasil. “O Nele é uma declaração de amor e de apoio ao livro impresso”, confessa o professor Plinio Martins Filho, do Departamento de Editoração da Escola de Comunicações e Artes (ECA) e um dos responsáveis pelo núcleo.

Dentro dele, existem quatro grandes áreas de estudos: bibliografias cujo assunto é o livro, livro sob censura, livro popular e história do livro. Cada uma delas tem um professor responsável que coordena as pesquisas. Por conta disto, há a formação de conhecimentos humanos especializados em cada área. Exemplo disso são os estudos sobre a política do governo para aquisição de livros infantojuvenis (Prato Feito) e sobre os grandes conglomerados de grupos editoriais que compram pequenas editoras. “Essa tendência está chegando ao Brasil. Ainda não sabemos quais serão as consequências, mas o estudo debate a questão”, conta Martins.

Ilustração de Hélio Cabral (alto) e História para dormir 1883 Anton Ebert

A revista anual Livro é o primeiro fruto do núcleo e já pode ser encontrada nas livrarias do Brasil (R$ 30,00). Resultado do esforço coletivo de professores e pesquisadores de diversos campos do conhecimento, no sentido de materializar um fórum aberto à reflexão, ao debate e à difusão de pesquisas que têm na palavra impressa seu objeto principal. A pretensão é de cobrir, por meio de suas matérias, todo o “ciclo de vida da comunicação impressa”, termo do historiador Robert Darnton.

A ideia inicial era que a revista fosse semestral. “Como é uma revista acadêmica, sua publicação não perde valor. Sendo anual, os seus textos podem ser mais bem concluídos”, diz Martins. A primeira edição tinha 200 páginas, mas com a anuidade esse número será ampliado. Além do professor Plinio Martins Filho, a professora Marisa Midori Deaecto também é editora responsável pela revista. Esta também contou com a colaboração de 21 professores nacionais e estrangeiros.

A revista já foi apresentada ao público no início de maio no Rio de Janeiro, porém, seu lançamento oficial acontecerá no dia 15/6, às 18h, na Livraria João Alexandre Barbosa, na Cidade Universitária. “Também estamos planejando para o evento uma exposição do artista Hélio Cabral, que fez as ilustrações da revista com o trabalho ‘Interferências e bricolagens’, tendo como suporte livros antigos”, revela Martins.

A edição se rende às múltiplas investigações em torno do livro, promovendo a pesquisa, agregando profissionais e provocando o espírito crítico. Há seções como Leituras, Acervo, Memória, Almanaque, Bibliomania, Debate e Estante. Mas o seu carro-chefe são os dossiês que a cada número apresentará uma série de estudos voltados para uma temática ou um evento que marcou data entre os estudiosos do livro. “O livro, como tecnologia de armazenamento e transmissão de conhecimento, segue insuperado”, defende o professor.

Desde as últimas décadas do século 20, verifica-se uma enorme expansão das tecnologias digitais de registro, arquivamento e difusão de textos. Nem por isso o livro de papel deixou de ser lido. Muito pelo contrário, são várias as pessoas que não abrem mão do bom e velho livro. Segundo o professor, as formas de e-readers (pequeno aparelho que tem como função principal mostrar em uma tela para leitura o conteúdo de livros digitais – e-books – e outros tipos de mídia digital) servem para substituir obras de consultas rápidas e de atualizações frequentes, como os dicionários, mas não como instrumento de leituras mais longas e profundas. “Pode-se dizer que mais gente se informa hoje pela internet e pela televisão, mas é importante separar ‘informação’ de ‘formação’”, ressalta. Para ele, o livro ainda é o meio mais eficiente para transmitir conhecimento sólido sobre qualquer tema.

O Nele ainda está em processo de oficialização, aguardando a aprovação da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária. “Independente de ter vinculação ou não com a USP, há quase dois anos estamos promovendo estudos e eventos”, explica o professor, que em 2010 trouxe pesquisadores franceses para discutir o livro. A falta de verba oficial não atrapalhou o andamento do núcleo, que contou com apoio financeiro de amigos e de estudiosos da área. Também teve o auxílio de alunos do departamento e de voluntários. Já a revista, contou com a ajuda da Negrito Produção Editorial, de Ricardo Assis, ex-aluno de Editoração da ECA. “A empresa dele dá estágio para muitos alunos da USP. A própria Tainá [Nunes Costa], responsável por grande parte da edição da revista, está para apresentar um TCC na ECA”, conta Martins;

“Até o final desta gestão, temos a intenção de formar uma biblioteca de tudo o que é lançado sobre o livro no Brasil”, revela o coordenador. A biblioteca seria um acervo digital com toda bibliografia (pesquisas, trabalhos, teses, TCC) que estuda ou, simplesmente fala, sobre o livro (história, design, produção, capa e outros assuntos). Dentro de um ano, o site da biblioteca será criado para que qualquer pessoa tenha acesso à bibliografia.

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