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Luz, câmera, ação… E muita teoria também

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Esther Império Hamburger tem grande reconhecimento por suas pesquisas, artigos e livros sobre novelas e cinema

Esther Império Hamburger, diretora do Cinusp, reconstrói sua vida profissional e revela as novas metas para o cinema da Universidade

Por Isabela Morais

Há pouco mais de sete meses, o Cinema da USP Paulo Emílio (Cinusp) está sob a direção de Esther Império Hamburger. Professora do Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da Escola de Comunicações e Artes (ECA), Esther tem história dentro e fora da USP por suas pesquisas, artigos e livros sobre as novelas brasileiras e sobre o cinema. O cargo de diretora pode ser novidade, mas a história da professora começa em 1960, ano em que ela nasceu na cidade de São Paulo.

Na família Hamburger, os cinco filhos vivem de arte. Sônia é produtora de cinema; Vera, diretora de arte; Fernando, fotógrafo; Cao, cineasta e diretor; e Esther, além de diretora do Cinusp, é professora de História do Audiovisual. O curioso é o fato de que seus pais – Ernest e Amélia Hamburger – são importantes físicos brasileiros. Alguma explicação? Esther diz: “A ciência e a arte têm uma coisa em comum: são duas áreas que desafiam a improvisação, a criação. Elas fornecem um estímulo, um desafio para pensar”.

Em 1978, Esther iniciou a graduação em Ciências Sociais pela USP. “Foi algo que surgiu mais da minha indefinição. É um curso que dá uma base boa em humanidades.” Em 1983, ainda na USP, deu início ao seu mestrado em sociologia, trabalhando com movimentos sociais urbanos. “O meu mestrado foi sobre os movimentos autonomistas de Santo Amaro e de Campo Limpo que, na época, queriam ficar independentes de São Paulo”, revela a professora. Durante as pesquisas, Esther observou que a televisão funcionava como um importante veículo de comunicação entre os movimentos. Ela, então, resolveu “estudar a televisão, no doutorado. E daí eu fui para a Universidade de Chicago, onde acabei fazendo uma tese sobre novelas”. Casada, em 1992, a professora teve seu único filho, Daniel.

Enquanto pesquisava para o doutorado, começou a escrever sobre televisão e cinema para o jornal Folha de S. Paulo. “Hoje eu faço menos, mas ainda escrevo. Fiz isso semanalmente por muito tempo, 15 anos. Considero as colunas que assinei como cadernos de campo públicos. Estava ali analisando aquilo que fazia parte da minha pesquisa e estava também compartilhando essa reflexão”. Também nos Estados Unidos, Esther, de 1999 a 2000, fez seu pós-doutorado pela Universidade do Texas.

Em 2000, começou a dar aulas no Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da ECA, que se reformulava através da criação de uma graduação única, que é o atual curso superior de audiovisual. A professora conta que unir cinema e televisão no curso “foi bastante estimulante intelectualmente.”

O curso de Audiovisual da USP, segundo Esther, se diferencia dos outros. Nesses dez anos em que leciona na ECA, a professora já foi vice-chefe e chefe do Departamento e, ao longo desse tempo, considera que a graduação se estruturou e atualmente combina teoria e prática na medida certa. “É um curso de realização cinematográfica e ao mesmo tempo tem um terço do currículo voltado à teoria e à história.”

Em maio de 2010, Esther foi nomeada diretora do Cinusp e diz ainda estar aprendendo sobre o novo cargo. “Ser chefe do departamento já foi uma coisa que exigiu muito de mim. Eu sou uma pessoa da área de teoria, não tinha essa experiência administrativa”, ela revela. Mas como aprendizado não é sinônimo de comodidade, a professora já estuda realizar mudanças: “A primeira coisa que a gente apontou é que a sala de cinema e a tela são muito pequenas. A construção de uma sala de 200 lugares com uma tela grande está prevista numa reforma que acontecerá no Auditório Camargo Guarnieri”.

Parcerias importantes, como as firmadas com o Festival É Tudo Verdade, o Festival de Curtas e a Conferência Internacional de Documentário devem ser mantidas. Em 2010, Esther trouxe para o Cinusp parte da programação da 34ª Mostra Internacional de Cinema. “A Universidade fica muito isolada na Cidade Universitária e a gente quer fazer a ponte entre a USP e as coisas que acontecem na área cinematográfica e do audiovisual fora daqui.”

Um dos maiores objetivos é ampliar o acesso da própria comunidade universitária ao Cinusp. “Eu acho que professores, funcionários e alunos poderiam ir mais ao nosso cinema”, ela diz. Uma saída, além da ampliação física do local, é atuar junto com os interesses acadêmicos. Em agosto, por exemplo, o Cinusp promoveu a Mostra de Cinema Irlandês como fruto da parceria com a cátedra de Estudos Irlandeses da FFLCH. Esther conclui: “Queremos formar um público e criar o hábito nos estudantes, nos funcionários e nos professores de ir ao cinema”.

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