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Espetáculo para celebrar Tchécov

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Réquiem: Quinze cenas curtas e personagens sem nome, inspirados em contos do autor russo

Montagem inspirada em três contos do escritor russo, cujo nascimento completa 150 anos, Réquiem volta em curtíssima temporada

Celebrando os 150 anos do nascimento de Anton Tchécov, volta em cartaz para curtíssima temporada em São Paulo Réquiem, de Hanoch Levin, inspirada em três contos do escritor russo. A peça venceu o 2º Concurso Centro da Cultura Judaica de Montagem Teatral e também recebeu indicações para o Prêmio Shell, Prêmio Cooperativa Paulista de Teatro e Prêmio Contigo! de Teatro.

Réquiem é estruturada em quinze cenas curtas, com inspiração nos contos O violino de Rotschild, No fundo do barranco e Angústia. A montagem se desenrola quase como um afresco de imagens alinhavadas por um eixo central: uma estrada e o percurso de um velho por diferentes caminhos, encruzilhadas, esperas, partidas e chegadas.

Os personagens não têm nome – são apenas o Velho, a Velha, bêbados, prostitutas, o Cocheiro, a Mãe etc. Ao chegar à velhice, o marceneiro, artesão que constrói caixões, depara com a solidão e a sucessão de perdas que acumulou ao longo do tempo. A morte da mulher com a qual conviveu por 52 anos, embora sem nunca ter despertado nele verdadeiro afeto, desencadeia um gradativo processo de sensibilização e encontros que culminará com o enfrentamento da própria morte.

Obra vasta – Réquiem foi escrita por Hanoch Levin, nascido em 1943 como filho de emigrantes poloneses que deixaram seu país e foram para a Palestina em 1935. Levin tinha 12 anos quando seu pai morreu, e por isso teve que começar a trabalhar. Passou parte da infância e da juventude nas áreas pobres de Tel Aviv. Depois de prestar o serviço militar obrigatório, estudou Filosofia e Literatura Hebraica na Universidade de Tel Aviv e, nos anos 60, escreveu poemas, contos e artigos.

Ao aproximar-se de uma companhia teatral, passou a escrever esquetes de humor negro e sátira política, e gradativamente começou a produzir textos sobre temas míticos, envolvidos em mistério e lirismo. Escreveu 63 peças e dirigiu 22 delas. Réquiem foi uma das últimas, e Levin chegou a orientar a direção no leito do hospital. Considerado um dos mais importantes escritores israelenses do século 20, Levin morreu em agosto de 1999, vítima de câncer. Além dos textos teatrais, deixou obras em prosa, canções, poemas e livros para crianças.

A direção de Réquiem é de Francisco Medeiros, formado na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP e que também tem no currículo muitos espetáculos de dança. Entre as mais de noventa montagens que já dirigiu (de peças, óperas e dança) estão: O cárcere secreto, Artaud, o espírito do teatro, Depois do expediente, A gaivota (também de Tchécov), Flor de obsessão e Hamlet. Chico Carvalho interpreta o Velho, enquanto as produtoras do espetáculo, Dinah Feldman e Priscilla Herrerias, também integram o elenco.

Réquiem está em cartaz até o dia 10 de dezembro, somente às sextas, às 21h, no Espaço Parlapatões (Praça Franklin Roosevelt, 158, tel. 3258-4449. Ingressos a R$ 30,00 e R$ 15,00.

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