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Virada Cultural firma-se como grande evento da cidade

Acrobático Fratelli

Em sua sexta edição, a festa trará centenas de atrações num espaço cada vez maior

Por Clara Roman

“A nossa praia é a cultura.” Essa frase de Caio Luiz de Carvalho, presidente da São Paulo Turismo, marca o destaque que a cidade de São Paulo tem na produção cultural brasileira. Integrando esse cenário, está a 6ª Virada Cultural, agendada para os dias 15 e 16 de maio.
Organizada, produzida e financiada pela Prefeitura Municipal, a virada terá este ano mais atividades e infraestrutura, expandindo sua ocupação na região central. “As pessoas vão andar mais. Os palcos estarão mais distantes”, afirma José Mauro Gnaspini, diretor da Virada. Por conta da alteração, o serviço de transportes estará intimamente integrado ao evento, disponibilizando ônibus circulares, cada um com seu estilo de música.
A primeira edição do evento foi produzida pela gestão de José Serra, em 2005. “Minha intenção é preparar um sistema de blindagem para os próximos governos, evitando intervenções políticas. É importante que a gente construa a transparência para que a Virada não corra risco de acabar um dia”, diz Kassab, na entrevista coletiva do dia 26 de abril que lançou a Virada de 2010.
Várias novidades são aguardadas para as 24 horas de programação. Entre elas, está o Trem das 11, em homenagem a Adoniran Barbosa. Com partidas sucessivas das 23h às 11h, um trem da CPTM fará o trajeto entre as estações Luz e Brás, conduzindo à ação teatral que ocorrerá nesta última, com textos inéditos feitos para Adoniran, encenados pelo personagem Charutinho no que se denominou casa de Ernesto. Além disso, o centro será invadido por marchinhas de São Luiz do Paraitinga, que circularão durante todo o período do evento. Outra atração é o inédito palco reggae, na rua Barão de Limeira, que inicia suas apresentações com a Orquestra Brasileira de Música Jamaicana e encerra com a banda jamaicana Big Youth.

Clube do Balanço

O palco principal da Virada, que ano passado localizava-se na avenida São João, foi deslocado para a Duque de Caxias, na Praça Júlio Prestes. A abertura ocorrerá às 18h, com Barbarito Torres e Ignacio Mazacote, dois cantores cubanos com um repertório bastante regional e dançante. Encerrando o ciclo de shows, às 18h do dia 16, Cantoria, com Geraldo Azevedo, Xangai, Elomar e Vital Farias reunidos. Além disso, Zélia Duncan se apresentará às 21h, seguida de Céu à 0h. Para o público infantil, está confirmada a participação do grupo Palavra Cantada, de Sandra Peres e Paulo Tatit, às 9h.
Outro diferencial de 2010 são as salas de cinema. Três tradicionais cinemas de pornografia do centro, o Cine Dom José, Arouche e Windsor sediarão sessões temáticas com clássicos da filmografia de Godzilla, dos musicais holiwoodianos e de lobisomens, respectivamente.
Para o público LGBTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Transexuais) o Largo do Arouche traz a combinação completa. A pista de dança receberá os DJs das casas noturnas GLS mais conhecidas da cena paulistana e o palco terá uma “madrugada mais animada com Sidney Magal e Luiz Caldas”, como definiu Gnaspini.
Por conta de reformas para o seu centenário, o Teatro Municipal não fará parte do roteiro da festa. Dessa forma, os tradicionais shows de álbuns clássicos foram adiados para o ano que vem.

Zélia Duncan

Outra falha do evento é a programação hip-hop. “O hip-hop é uma expressão muito importante da cultura paulistana” assume o diretor. “Apanhamos bastante por estar sempre tentando trazer o hip-hop, sobretudo o rap.” Em 2007, o show da banda mais representativa do movimento, Racionais MC’s, foi cena de tumulto e conflito com a Polícia. “É um espaço que tem que ser reconquistado. Fazemos uma pista, mostramos que não tem problema, apresentamos um nome, depois outro. É muito importante para a cidade e é o que acontece nas periferias, mas às vezes temos um trauma e um cuidado excessivo.” Mesmo assim, haverá apresentações do grupo Rapinhood, Mcida e diversos pontos de discotecagem e dança, com músicas do movimento.
Fora da região central também acontecerá muita coisa. São mais de 40 CEUs com programação constante e toda a rede Sesc ativa no fim de semana, com atrações de dança, música, cinema, entre outros. (Confira a programação completa da Virada no site: http://viradacultural.org/programacao).

Orquestra Brasileira de Música Jamaicana

De samba a eletrônico, passando pelo rock, música erudita, black, regional, entre muitos outros, a Virada Cultural de São Paulo busca atingir, a cada ano, um público mais numeroso e variado. São 24 horas em que o centro se torna o verdadeiro palco da multiplicidade cultural, numa festa gratuita para todo paulistano.

A Virada em Números
Gastos: R$ 8,5 milhões
Público esperado: 5 milhões
Mais de 2.000 pessoas trabalhando
31 espaços e 44 unidades CEUS
Mais de 1.000 banheiros químicos
10 barracas de pastel (selecionadas em concurso popular)
800 seguranças privados e 2.500 homens da Polícia Militar
10 bolsões de serviços sanitários
200 brigadistas
21 unidades de UTI móveis

Um comentário sobre “Virada Cultural firma-se como grande evento da cidade”

  1. Mariana disse:

    Muito completa a matéria. Os números são realmente impressionantes e parece que o evento se consolida cada vez mais na cidade.

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