No dia em que a USP comemora 76 anos de existência, e resgatando a data tradicional em que seu reitor recebe o cargo máximo da Universidade, aconteceu na tarde desta segunda-feira (25), a cerimônia de posse do reitor João Grandino Rodas. O evento ocorreu durante a Sessão Solene do Conselho Universitário (Co) da USP, na Sala São Paulo, região central da capital paulista.

O primeiro entre iguais
Em entrevista após a cerimônia, João Grandino Rodas foi questionado sobre o primeiro recado que daria para comunidade USP. Rodas respondeu que o reitor é o primeiro entre iguais e que se coloca como um “fiador do diálogo na Universidade”. Para ele, a maior dificuldade que vai encontrar é a questão dos fundos necessários para fazer as reformas que a Universidade precisa. Ele afirmou que esta deve ser uma reforma completa, e não “em pedacinhos”, envolvendo o ensino, a informática, os prédios e as bibliotecas. De acordo com o reitor, o financiamento não deve vir apenas dos recursos do ICMS, mas também de outras fontes como a iniciativa privada e até mesmo de empréstimos a fundo perdido do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES).

Sobre a Univesp – a Universidade Virtual do Estado de São Paulo, projeto do governo do estado que oferece cursos a distância –, Rodas disse que acredita nessa modalidade de ensino e que esta é uma tendência mundial – e “a USP não pode ficar para trás nesta iniciativa”. Questionado se pretende ampliar o número de vagas para estudantes, o reitor destacou que nos últimos anos a USP quase dobrou o número de vagas oferecidas na graduação, sem que isso representasse a proporcional ampliação dos recursos. Rodas afirmou vai lutar para que essa questão seja equacionada.

A respeito das negociações com os setores estudantil e funcional, que passaram por momentos de tensão nos últimos anos, Rodas explicou que tem como meta acabar com a indisposição ao diálogo que, segundo ele, existe em alguns setores da Universidade. “Compreendo quem fica insatisfeito após o término de uma negociação; o que não tolero é a insatisfação aparecer antes do diálogo”, disse.

Cerimônia
A cerimônia começou com apresentação da Orquestra Sinfônica da USP (Osusp), regida pela maestrina Ligia Amadio. Em seguida, houve um ato ecumênico com a participação de representantes do candomblé (ialorixá Wanda de Oxum), do islamismo (sheik Armando Hussein Saleh), do budismo (Saikawa Dosho), do judaísmo (rabino Michel Schlesinger), da igreja presbiteriana (reverendo Ademir Aguiar) e da Igreja Católica (Dom Antônio Maria Mucciolo, arcebispo emérito da arquidiocese de Botucatu, e do cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo).

Após o ato ecumênico, o vice-reitor em exercício, Franco Maria Lajolo, a secretária geral da USP, Maria Fidela Navarro, e o professor João Grandino Rodas subiram ao palco para o início da transmissão do cargo. Também participaram da cerimônia o secretário de Ensino Superior do Estado de São Paulo, Carlos Vogt, representando o governador José Serra; a professora Suely Vilela, reitora da USP de entre novembro de 2005 e novembro de 2009; o presidente do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes com os ministros Ellen Gracie e Ricardo Lewandowski; o deputado Barros Munhoz, presidente da Assembleia Legislativa; e o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.

Após a transmissão feita pela professora Suely Vilela das vestes talares e do colar reitoral, o professor João Grandino Rodas foi oficialmente considerado reitor da USP. Para saudar o novo reitor, o professor Nei Fernandes de Oliveira Junior, diretor da Escola de Engenharia de Lorena (EEL), discursou em nome do Conselho Universitário da USP. Em seguida, João Grandino Rodas fez seu primeiro discurso como reitor.

Encerrando a cerimônia, aconteceu uma apresentação da Orquestra Sinfônica da USP. Na sequência, a banda Meninos do Morumbi se apresentou no hall do Saguão da Sala São Paulo. O evento terminou com um coquetel para os convidados.

Fonte USP Online