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Liberdade para respirar

Pesquisa do Instituto do Coração revela que ambiente livre do tabaco protege até fumantes

Por Mariana Franco

Após cinco meses de vigência da Lei 13.541, de Ambientes Livres de Tabaco, pesquisa realizada pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (Incor-HC),  em parceria com a Vigilância Sanitária,  acaba de concluir estudo de avaliação do impacto da lei. Resultados mostram que o banimento do cigarro em ambientes fechados traz melhora incontestável para a saúde de frequentadores e funcionários, inclusive fumantes, de bares, restaurantes e casas noturnas.

Foram analisadas as concentrações de monóxido de carbono (CO), um dos principais componentes da fumaça do cigarro, no ar dos estabelecimentos. A concentração caiu de 5 partes por milhão (ppm), antes da lei, para 1ppm. “Isso equivale a sair de um período de horas parado em um túnel congestionado de carros, numa capital poluída como São Paulo, para o ar respirado em um parque arborizado”, compara Jaqueline Scholz Issa, cardiologista e coordenadora da pesquisa do Incor.

“Os resultados enterram de vez o conceito do fumódromo até mesmo em locais parcialmente fechados. Não há ambiente seguro para o ser humano se houver qualquer concentração de fumaça de cigarro no ar”, salienta a pesquisadora.

O estudo do Incor concluiu ainda que a melhora da qualidade do ar impacta positivamente na saúde até mesmo dos fumantes. Na medição antes de a lei entrar em vigor, o ar expelido por garçons fumantes apresentou nível  médio de 14 ppm de monóxido de carbono – extremamente danoso para a saúde cardiovascular. Doze semanas depois, esses mesmos indivíduos submetidos ao mesmo exame apresentaram média de 9 ppm.  Para garçons não-fumantes, o índice passou de 7 ppm para 3 ppm.

A pesquisadora Jaqueline Scholz Issa do Incor

A pesquisadora Jaqueline Scholz Issa do Incor

O Incor lembra que no organismo humano, o monóxido de carbono concorre com o oxigênio – isso significa menor oxigenação do sangue, células e tecidos e, consequentemente, maior oxidação no organismo. Aos poucos, essa condição acelera o envelhecimento da camada de células que formam a parede de vasos e artérias do corpo humano. Num processo em cascata, surgem inflamações e obstruções dessas vias de passagem, que, nessa condição, não conseguem alimentar de oxigênio e nutrientes as células, tecidos e órgãos do corpo humano. Esse processo de envelhecimento acelerado dos vasos é conhecido como aterosclerose e sua evolução leva à ocorrência de infarto do miocárdio e de acidente vascular cerebral, além de trombose em membros diversos.

A Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio (PNAD) 2008, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísica (IBGE), mostra que mais da metade (52,1%) dos fumantes do País deseja parar. Se você também está dentro desta estatística, não deixe de procurar um grupo de apoio para deixar o vício.

Serviço:

Hospital Universitário
Local: av. Prof. Lineu Prestes, 2.565
Fone: (11) 3091-9323
Valor: gratuito

Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas
Local: rua Dr. Ovídio Pires de Campos, 785, dentro do complexo do HC (próximo à estação Clínicas do Metrô)
Fone: (11) 3069-7899 ou 3069-6960

Saiba mais sobre os tratamentos antitabágicos do HU e IPq clicando aqui e sobre os problemas da associação entre cigarro e álcool.

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