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A mostra “Onde a Água Encontra a Terra” já esteve em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro, e agora também é desdobrada em livro homônimo (G. Ermakoff Casa Editorial, 228 págs., edição bilíngue português/inglês). Com curadoria de Paulo Herkenhoff, a exposição reúne imagens de Carol Armstrong, Fernando Azevedo e Leonardo Kossoy, que estabelecem a presença da água na fronteira com a terra, marcantes na produção de cada um dos fotógrafos.
No livro, são traçadas conexões entre as obras e teorias de Edmund Hussel e Merleau-Ponty, passando pela relação comum entre o entendimento da fotografia proposto por Roland Barthes e a fenomenologia da imaginação de Gaston Bachelard. Assim, o autor dá sentido a cada imagem e ao conjunto delas, citando algumas referências de obras, pensadores, artistas, movimento e conceitos que tecem o consistente pensamento crítico de Herkenhoff.
Yang Shaobin foi um dos primeiros artistas chineses a conquistar o Ocidente em telas dedicadas a Fidel Castro, Saddam Hussein e vítimas da intolerância. A exposição concebida especialmente para o espaço traz 50 obras – pinturas sobre tela e desenhos sobre papel – produzidas desde 1996, algumas delas nunca exibidas. “Primeiros Passos, Últimas Palavras” revela a inquietação do artista diante da violência política e social. São imagens de rostos deformados, corpos pintados em vermelho-sangue, policiais fardados e chefes de estado. Destaque para Rosto Forte (Martin Kippenberger), de 2009, registro de uma agressão realizada por um grupo de punks em Berlim, em 1979; Quem, de 2006, na qual remete a facetas conhecidas do ex-ditador do Iraque, Saddam Hussein; e uma série dedicada aos trabalhadores das minas de carvão da China. Uma publicação monográfica de Yang Shaobin, publicada pela Editora Dumont, foi lançada com a mostra. Curadoria de Tereza Arruda.
E ainda “Imagens em Migração”, com fotografias, vídeos e instalações da artista gaúcha Vera Chaves Barcellos, produzidas dos anos 60 até hoje. São 96 obras que convidam o espectador a construir o significado do título da mostra. Com curadoria da crítica de arte Glória Ferreira, inclui cinco séries do prestigiado conjunto de imagens Testarte, que marca a transição da artista do moderno para o pós-moderno, apresentado durante a Bienal de Veneza de 1976, além de um leque de trabalhos e versões que nunca foram exibidas. Outro trabalho já consagrado é a série Epidermic Scapes, elaborada entre 1977 e 1982, na qual apresenta fragmentos do corpo humano como paisagens em reproduções fotográficas de impressões da pele sobre papel vegetal.
Entre as obras inéditas estão a série completa On Ice, registro fotográfico de uma performance em 1978 em um lago gelado de Amsterdã, trabalho conjunto com Flávio Pons e Cláudio Goulart; Maras, composta por três imagens; e a recente Meus Pés. Destaque também para a instalação Os Nadadores, de 1998, uma projeção dentro de um aquário, uma conjugação de imagens de diversas origens, inclusive fotocópias, além do vídeo No a la Guerra, sobre a guerra do Iraque.
Masp
Av. Paulista, 1.578
Tel. 3251-5644
H. de terça a domingo, inclusive feriados, das 11h às 18h (quinta até as 20h)
Ingressos: R$ 15,00 e R$ 7,00; grátis às terças, para menores de 10 anos e pessoas com mais de 60
Até outubro