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Um Mundo sem Molduras

Iemanjá Hipocondríaca (1985), de Alex Fleming

Iemanjá Hipocondríaca (1985), de Alex Fleming

Um mundo onde transbordam os limites e se insinuam novas configurações. Assim é a nova exposição do Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP, com curadoria de Katia Canton, que reuniu 54 trabalhos de 24 artistas, entre fotografias, pinturas, objetos, vídeos e instalações. As obras revisitam o Surrealismo no mundo contemporâneo e colocam em xeque aquilo que nos cerca – a moldura, que já não consegue mais definir o tamanho das certezas, experiências e ilusões.
Como diz a curadora, “talvez a arte seja de fato um dos únicos jogos possíveis dentro desse campo de instabilidades. A própria natureza da arte, com sua tendência a gerar perguntas e nunca respostas, apresenta a criação como uma das possíveis moedas de troca nesse terreno movediço e, ainda assim, instigante”. Entre os artistas estão Alex Fleming, Alex Vallauri, Cildo Meireles, Farnese de Andrade, Janaina Tschape, Leonilson, Maria Bonomi, Nelson Leirner e Regina Silveira.
Logo na entrada da exposição, o público é recepcionado pela obra Paradoxo do santo, de 1994, de Regina Silveira. À frente, uma escultura pequenina do mestre Adelino, que na perspectiva da artista ganha uma nova dimensão. Espalha-se pelas paredes como uma sombra. Chaves enormes de Nelson Leirner, na obra Você faz parte II, simulam a abertura de infinitas portas; e Homem sem cometas, de 1986, de José Leonilson, também mostram essa arte sem limites.

Camuflagem que me ofereço (2007), de Adriana Guivo

Camuflagem que me ofereço (2007), de Adriana Guivo

A frase do pintor Jean Dubuffet: “A arte não dorme nos leitos preparados para ela… ama o desconhecido. Os seus melhores momentos são quando esquece como se chama”, chama atenção para o espelho presente na escultura de Ângelo Venosa e na mesa de Maria Bonomi. Também no relicário perturbador de Farnese de Andrade.
“No momento contemporâneo, porém, os desvios de padrão e o afloramento da fantasia são acessados justamente a partir da falta de sentido gerada no contexto da cultura do excesso”, define a curadora, e completa, afirmando que a exposição fala de uma grande vertente da arte contemporânea que “constrói uma narrativa enviesada, buscando, no aspecto onírico da arte, um novo tom para recriar e fazer transcender a própria vida.”

Museu de Arte Contemporânea (MAC)
R. da Reitoria, 160, Cidade Universitária
T. (11) 3091-3039
H. de terça a sexta, das 10h às 18h, e sábados e domingos, das 10h às 16h
Ingressos: Grátis
Até 17 de maio

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