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Universidade para uma nova era

A reitora Suely Vilela e o governador José Serra em cerimonia de criação da Univesp

A reitora Suely Vilela e o governador José Serra em cerimonia de criação da Univesp

No dia 9 de outubro foi criada a Universidade Virtual do Estado de São Paulo, a Univesp. Entretanto, do que trata a idéia de universidade virtual e como ela será colocada em prática?

Por Guilherme Celestino

A Univesp é um consórcio que reúne o governo do estado, as universidades estaduais – USP, Unesp e Unicamp – e a Fundação Padre Anchieta, além da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o Centro Paula Souza e a Fundação para o Desenvolvimento Administrativo Paulista (Fundep). “A Univesp, apesar do nome, não é uma universidade e sim um programa”, esclarece logo de cara o professor Gil da Costa Marques, coordenador de Tecnologia da Informação (CTI) da USP e um dos responsáveis pelo programa.
O programa contará com R$ 25 milhões, para que não seja retirada da verba já dedicada às universidades que será revertida a criação e desenvolvimento dos cursos, como ressaltou o governador José Serra em cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, no último dia 9 de outubro. “Não estamos tirando verba das universidades.

Governador discursa na presença de representantes das universidades

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Deveríamos fazer isso, porque é para o ensino superior público, mas não estamos. E é para mostrar a importância que esse programa tem para nós”, disse. Os cursos serão gratuitos e, num primeiro momento, a idéia é criar 5 mil vagas em Pedagogia para professores da rede pública já em exercício, 700 vagas em Licenciatura em Biologia, além de 900 vagas em Licenciatura em Ciências. Prevêem-se ainda cursos de Filosofia, Sociologia e Espanhol, entre outros. Segundo o secretário de Ensino Superior, Carlos Vogt, o sistema de cotas continuará a obedecer às políticas atuais das universidades estaduais paulistas. “Vamos continuar a respeitar essas políticas”, diz.
Para ser aprovado, o aluno passará por um vestibular. “O critério de escolha do aluno é o mesmo de uma universidade tradicional, do ponto de vista da avaliação”, responde Marques em clara referência às críticas ao programa, que, do seu ponto de vista, tem sido estigmatizado pelo fato de os alunos não comparecerem fisicamente aos cursos e por muitos acreditarem na alta evasão. “É cedo para criticar. A Cederj (Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro), que segue o mesmo princípio da Univesp, tem taxas de aproveitamento e evasão iguais às das universidades tradicionais”, diz Marques. Ele explica também que o programa foi concebido para suprir falhas existentes nos profissionais do ensino médio em serviço da rede estadual.
Quanto ao cronograma, ainda não foram estabelecidas datas específicas. A idéia, todavia, é que as primeiras turmas já sejam admitidas em 2009, sempre respeitando as políticas vigentes nas universidades estaduais paulistas, ampliando a oferta e o alcance do ensino público gratuito. Segundo Marques, o projeto não compromete o ensino tradicional, pois não vai substituir o ensino presencial. Segundo ele, a Univesp terá tanto aulas presenciais quanto virtuais.
As aulas virtuais via web são a base do projeto. Entretanto, a presença da Fundação Padre Anchieta possibilitará a difusão das aulas a partir de um de seus canais digitais que será destinado aos programas-aulas. Dessa forma o ensino atingirá também pessoas que não estão matriculadas, mas têm interesse em assistir às aulas.
A USP será responsável pelos cursos de Licenciatura em Biologia e Licenciatura em Ciências. Gil da Costa Marques explica que o curso de Ciências tem como alvo os professores do ensino fundamental e abrange temas de biologia, física e química. O curso terá a duração de quatro anos, enquanto o de Biologia terá a mesma duração do curso presencial, de cinco anos. A USP se responsabiliza também pela distribuição do material didático impresso e o divulgado na web.
Os cursos presenciais acontecerão nos fins de semana. “Cada curso vai refletir um formato de atividade de fim de semana nos pólos. Por exemplo, Ciências terá 50% das aulas presenciais e terá aulas em oito pólos distintos, um em cada campus da USP. Cada pólo terá capacidade para até 150 alunos. Esperamos contar com algo em torno de 135”, diz Marques. Para ele, o nível do aluno será o mesmo de um estudante tradicional da USP. “A expectativa é que não seja um aluno de segunda linha, pois temos uma grande preocupação com a qualidade do curso”, completa.

Um comentário sobre “Universidade para uma nova era”

  1. Maristela disse:

    Finalmente a USP estará envolvida em um Projeto tão fundamental para a formação de pessoas que, na maioria das vezes, não conseguem frequentar as salas de aula por estarem em outros municípios ou por outros fatores que impossibilitam a presença física.Estando as três Universidades Paulistas envolvidas, a qualidade do ensino certamente estará no mesmo patamar dos cursos presenciais e, o aluno virtual, com toda certeza, não deixará nada a desejar dos alunos que frequentam as salas de aula todos os dias. A dificuldade é um fator de valorização do estudo.Eu serei uma das pessoas que estudarão muito para ser uma aluna virtual. Parabéns USP!

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