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Intercâmbio e ensino de línguas são focos da Comissão de Cooperação Internacional

Por Clara Roman

Ainda que o Brasil sofra com problemas estruturais na educação e que esteja entre os países com maior desigualdade social, é fato que ele tem expandido suas relações internacionais.  Liderando politicamente o bloco dos emergentes, ganha espaço na mídia estrangeira e pretende estabelecer-se como uma ponte entre o primeiro e o terceiro mundo.

Da mesma forma que na política, essa expansão também ocorre no campo do conhecimento. A cooperação internacional torna-se ferramenta importante do processo no estabelecimento de convênios com Universidades estrangeiras e na troca de conhecimento científico.
Na Usp, esse trabalho tem sido feito pela Comissão de Cooperação Internacional, a CCInt, atualmente presidida pelo professor Adnei Melges de Andrade, da Engenharia Elétrica. Indicado pelo reitor João Grandino Rodas, Andrade aponta para a necessidade de expansão do número de estudantes intercambistas da USP. “Nós temos que ter uma inserção internacional de grande qualidade, com a vinda de muitos estudantes. (…) A USP envia 2% de seus alunos e recebe a mesma porcentagem. Em Universidades internacionalizadas, esse número chega a 30%, ”  segundo ele, a troca cultural que o intercâmbio promove para ambas as partes é muito rica. “A abordagem de solução de problemas está muito ligada à questão cultural. Se nós temos possibilidade de trazer aos nossos estudantes essas diferentes abordagens de problemas, eles enriquecem [culturalmente].”
Atualmente, a CCInt possui convênio com 35 universidades nos diferentes continentes para intercâmbio de graduação. Além disso, participa de quatro programas de intercâmbio internacionais: o Programa de Estudante Convênio de Graduação (PEC-G), Programa de Estudante Convênio de Pós-Graduação (PEC-PG), Programa Erasmus e o Programa Smile. Ainda assim, muitos alunos que buscam a Universidade para realizar um intercâmbio continuam sem atendimento. É o caso de Marina Fagali, estudante de Relações Públicas da ECA, que tentou em 2008 um convênio individual para a Universidad Autonoma de Barcelona e teve seu pedido negado. “Eu queria ir por diversos motivos: para estudar outra língua, para conhecer outra cultura, ter experiências bem diferentes de tudo o que já experimentei aqui no Brasil. Eu queria muito estudar comunicação lá”, conta.

Adnei Melges de Andrade, da Engenharia Elétrica

Outro ponto de bastante destaque da gestão do professor Andrade será o ensino de línguas. Atualmente, a USP possui cursos de idiomas organizados por Grêmios e Centros Acadêmicos em diferentes unidades e um centro na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Andrade acredita que é necessário expandir esse cenário, em parceria com a CCInt. Além disso, é necessário implantar na USP um curso de língua portuguesa para atender à demanda dos alunos estrangeiros, que muitas vezes buscam esse conhecimento.
A preocupação de oferecer cursos de idiomas para docentes e funcionários também é presente. Nos últimos anos, a CCInt disponibilizou 4.000 bolsas para aprendizado de espanhol,  em parceria com o Instituto Cervantes.  A ideia é que a iniciativa se conserve nos próximos anos.
Uma questão problemática nos programas de intercâmbio é a moradia. Enquanto a maior parte dos brasileiros no exterior tem acesso à moradia universitária, aqui no Brasil isso não ocorre. “Nós não temos moradia suficiente nem para os estudantes do Brasil, quanto mais para os estrangeiros. Ainda não sabemos como proceder, se vamos oferecer aqui dentro ou buscar parceria com associações que fornecem moradia. É um dos projetos desta gestão.”
Em relação à cooperação científica, a USP e o Brasil se destacam. O Brasil é responsável por 2% de toda a pesquisa mundial. Segundo Andrade, esse resultado é diretamente ligado com o alto grau de envolvimento das universidades brasileiras e especificamente da USP no cenário internacional.
Dessa forma, a inserção internacional da USP torna-se fator essencial para sua melhoria interna, auxiliando na formação de seus alunos e expandindo o conhecimento de seus pesquisadores e funcionários. “Nós acreditamos que o mundo encolheu. As fronteiras são muito tênues hoje. Gostaríamos de oferecer oportunidade para todos que desejassem completar seus estudos no exterior”, conclui Andrade.
Para informações sobre convênios e cursos disponibilizados pela CCInt, acesse: http://www.usp.br/ccint/.

Um comentário sobre “Intercâmbio e ensino de línguas são focos da Comissão de Cooperação Internacional”

  1. miguel disse:

    Muito interesante gostaria de receber mais informacoes para possiveis passantias com estudantes de Calama Chile .. isto no contexto das relacoes internacionais muito agradecido pela informacao ..

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