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USP busca novos patamares de internacionalização

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Programa USP Internacional

 

Por João Vitor Oliveira

ReproduçãoPrograma USP Internacional leva escritórios da Universidade para o exterior e cria, entre outros projetos, planos de intercâmbio para funcionários

Quando Gilberto Gil gravou, em 1991, Parabolicamará, a palavra globalização ainda não era tão comum. Os versos iniciais traduzem o significado do termo de maneira metafórica: “Antes mundo era pequeno, porque Terra era grande. Hoje mundo é muito grande, porque Terra é pequena”.

Agora isso não é mais novidade para ninguém. Os constantes avanços tecnológicos nas áreas de comunicação e transporte impulsionaram o aprofundamento da integração social, econômica, cultural e política dos países, e a nova realidade afetou dos simples costumes pessoais dos indivíduos aos complexos modos de organização da sociedade.

Francisco Emolo

” O programa contribuirá para que possamos nos manter e, eventualmente, melhorar nossas classificações internacionais” – João Grandino Rodas

E a educação está inclusa nessa história. Principalmente a de nível superior. O fenômeno impacta diretamente o sistema acadêmico internacional e universidades do mundo todo são pressionadas a se adaptarem frente aos novos procedimentos.

Diante disso, a USP lançou, no mês de abril, o programa USP Internacional. “Tendo em vista nossa posição atual, tanto interna quanto internacionalmente, a fronteira a ser desbravada fortemente é a internacional”, declara o reitor João Grandino Rodas.

O projeto busca a consolidação de parcerias com instituições de ensino superior, setores empresariais e organizações governamentais e não governamentais no exterior, desenvolvimento de novos programas de bolsa, além do incremento e agilização de iniciativas já em curso na Universidade. Serão construídos, ainda, quatro Núcleos Internacionais da USP sediados em São Paulo, Londres (ING), Boston (EUA) e Cingapura (Ásia).

Suely Vilela foi reitora da Universidade de 2005 a 2009

Suely Vilela foi reitora da Universidade de 2005 a 2009

A ex-reitora Suely Vilela, professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, será diretora do Núcleo na capital paulista. Segundo ela, o processo atual de internacionalização consiste em iniciativas predominantemente individuais. “O USP Internacional significará envidar grandes esforços para institucionalizar e profissionalizar esses processos”, declara.

Além de contribuir para a ampliação da visibilidade da Universidade fora do País, o programa é uma ferramenta para o aprimoramento da qualidade da instituição. Haverá aumento das colaborações científicas internacionais, atração de jovens talentos de lugares nunca antes imaginados, aperfeiçoamento da formação dos alunos de graduação e pós-graduação e maior diversidade nas atividades de cultura, extensão universitária e inovação. “O convívio com a diversidade cultural e científica que uma experiência internacional propicia certamente incentivará a formação multicultural e profissional de estudantes e professores”, comenta Suely. “E os benefícios são recíprocos, tanto para as instituições como para as pessoas envolvidas.”

O projeto vigorará, por prazo determinado, até janeiro de 2014. Posteriormente, seus resultados serão utilizados para a elaboração de um novo programa visando aos quatro anos seguintes.

Os Núcleos Internacionais

Francisco Emolo

Renato Jardim e Marisa Regitano d’Arce (abaixo). Segundo os diretores, a USP conta, hoje, com acordos de cooperação e convênios assinados com a maioria dos países europeus

A ideia de impulsionar a internacionalização da instituição passa pela necessidade de um agente irradiador. Os Núcleos Internacionais terão esse papel. Serão as antenas da USP lá fora. Localizados em pontos geograficamente estratégicos do globo, abrangerão todos os continentes e deverão promover a integração acadêmica, científica e cultural uspiana com a comunidade estrangeira.

“Não se trata de escritório estático, mas sim de núcleo vivo de interlocução da USP com a base geográfica de sua competência”, explica João Grandino Rodas. Um Conselho Internacional formado por embaixadores e personalidades estrangeiras não acadêmicas de diferentes regiões orientará os escritórios quanto a suas atividades e metas. O órgão será presidido por Celso Lafer, ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil.

As atribuições dos escritórios serão várias: promover eventos científicos; divulgar as atividades da Universidade em cultura, extensão universitária, ensino e pesquisa; identificar oportunidades objetivando a proposta de editais para financiar a atuação parceira de pesquisadores brasileiros e estrangeiros, entre outras. “Mas as regiões envolvem países com situações econômicas e educacionais diferentes e, portanto, as ações a serem desenvolvidas devem adequar-se a realidades e demandas específicas”, ressalta Suely. O núcleo paulista, por exemplo, será responsável por trabalhos na América do Sul, América Central e África Subsaariana.

Renato Jardim – professor do Instituto de Física – e Marisa Regitano d’Arce – professora da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) –, respectivamente diretor e diretora-adjunta do Núcleo Internacional em Londres, explicam que um conjunto completo de ações e projetos específicos para cada escritório está sendo construído pelo Conselho Internacional, consultores e diretorias do programa.

Francisco EmoloO núcleo londrino atuará na Europa, Norte da África e Oriente Médio. Segundo Jardim e Marisa, os convênios da Universidade com países das duas últimas regiões são, hoje, em número bem diminuto. Os diretores veem-se diante do desafio de estabelecer mais parcerias com instituições desses locais. O fato, para eles, deve ser trabalhado e discutido em conjunto com os outros núcleos, que enfrentarão problemas semelhantes.

A sede em Boston se ocupará da América do Norte e do Caribe, e a de Cingapura, da Ásia Central e Meridional, Sudeste Asiático, Golfo Pérsico e Oceania. A previsão é que os escritórios estejam operando ainda nesse semestre.

Diretores e diretores adjuntos dos Núcleos Internacionais

• São Paulo:
- Diretora: Suely Vilela (FCFRP)
- Diretor adjunto: Luiz Fernando Pegoraro (FOB)

• Boston
- Diretor: Lucas Antônio Moscato (EP)
- Diretor adjunto: Fabio Frezatti (FEA)

• Londres:
- Diretor: Renato de Figueiredo Jardim (IF)
- Diretora adjunta: Marisa Regitano d’Arce (Esalq)

• Cingapura:
- Diretor: Antonio Carlos Hernandes (IFSC)
- Diretor adjunto: Jorge Kazuo Yamamoto (IG)

Bolsas para funcionários

ReproduçãoAlém de expandir e incrementar os convênios bilaterais e multilaterais com universidades estrangeiras e acordos de interesse geral da Universidade, o USP Internacional criará três novos programas de bolsa. Um para atrair estudantes estrangeiros, outro para professores visitantes de instituições de ensino do exterior atuarem em órgãos e unidades uspianas. Mas a maior novidade é o Programa de Incentivo e Apoio à Capacitação dos Servidores Técnicos e Administrativos da USP no Exterior.

O objetivo é proporcionar ao quadro de funcionários a oportunidade de desenvolver seus conhecimentos, habilidades e atitudes profissionais por meio de atividades de intercâmbio fora do País.

Reprodução“Considero uma iniciativa de extrema importância”, declara Suely Vilela. “Atingir níveis elevados de internacionalização remete, necessariamente, a investimentos na qualificação do quadro de pessoal.”

Para a ex-reitora, tais investimentos devem ser dirigidos, prioritariamente, ao domínio da língua estrangeira e aperfeiçoamento das metodologias de trabalho ligadas a cada função. “A Universidade possui servidores de altíssima qualidade, que apresentam condições de absorver a experiência internacional e crescer profissional e intelectualmente, o que contribuirá sobremaneira para os avanços da instituição”, completa.

capa Reprodução4No ano de 2013, serão selecionados dez projetos individuais. Os candidatos devem atender aos seguintes requisitos: ser funcionário não comissionado em atividade na Universidade e enquadrado na Carreira de Servidores Técnicos e Administrativos da USP; possuir tempo de serviço na Carreira da USP não inferior a dez anos; desenvolver projeto individual relevante para sua área de atuação; apresentar comprovação de proficiência no idioma exigido pela instituição na qual desenvolverá seu projeto; e apresentar carta de aceitação da mesma instituição. As inscrições devem ser feitas até 31 de julho na Seção de Pessoal da unidade/órgão correspondente, mediante apresentação dos documentos referentes aos três últimos requisitos listados. Cada projeto será avaliado quanto à capacidade de inovação, replicabilidade, relevância e efetividade de resultados.

“O USP Internacional não é programa para a cúpula da USP, mas para todos”, ressalta o reitor Rodas. “Chegou o momento de se galgar novo patamar de internacionalização, somente alcançado por pequeno número de universidades no mundo.”

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