Seminário organizado pelo Centro de Preservação Cultural da USP debate a questão do reconhecimento dos bens culturais Na próxima semana, nos dias 26, 27 e 28 de maio, o Centro de Preservação Cultural (CPC) da USP, instalado na Casa...
Com muitas possibilidades de interação com o público, a mostra “O nome da cor” foi idealizada por diversos profissionais de diferentes áreas
As cores fazem parte do nosso cotidiano. Isso é o que “O Nome da Cor” busca passar aos visitantes do Sesc Santana. A mostra é um conjunto de instalações, totens, painéis interativos e atividades educativas especialmente concebido para o espaço interno e externo do local.
Fernando Marinelli, coordenador geral, explica a ideia central da mostra: “A exposição tem como objetivo explorar um tema muito presente no cotidiano das pessoas e que, talvez por esta razão, seja motivo de pouca reflexão. A cor é um fenômeno presente em todos os aspectos de nossa vida, inclusive nos sonhos, e por isso é necessário que questionemos sua natureza. A atribuição de significados às cores, por exemplo, é algo que merece uma atenção especial”.
O coordenador destaca que a análise da questão cromática é complexa: “O aparato biológico que permite a visualização das cores foi determinado pela interação dos animais com o mundo, com o objetivo de abstrair as coisas, perceber suas diferenças. As cores sempre carregam referências dos objetos que as caracterizam, mas a atribuição de significados específicos às cores é sempre um ato arbitrário. Por esta razão, devemos questionar quando ouvimos que determinada cor conduz a certo sentimento”.
O público tem papel muito importante na mostra, que tem a interatividade como uma das suas principais características: “Pela nossa opção em tratar as questões relacionadas à percepção visual e ao caráter relativo da cor, a experiência direta com fenômenos óticos distintos foi o caminho natural para que as pessoas pudessem ser sensibilizadas para este caráter volátil do fenômeno, que depende de questões físicas, biológicas, mas também psicológicas e subjetivas.” Marinelli garante que o elemento lúdico está presente em todos os aspectos da proposta, buscando uma descoberta conjunta com os visitantes.
No hall de entrada da exposição, o visitante se surpreende com uma curva de filetes nas três cores primárias: vermelho, amarelo e azul. À medida que ele caminha, a peça muda de cor, revelando o nome da exposição. Há também vídeos educativos posicionados antes de entrar nessa curva, atravessando os filetes feitos de borracha. Ali dentro, inicia-se uma experiência sensorial, com projetores de luz a inundar de sombras coloridas o ambiente.
Nas salas seguintes, há uma série de painéis interativos que explicam o princípio da percepção das cores. Seguindo adiante no espaço expositivo, quatro painéis deslizantes existem a paleta de cores das obras de grandes mestres da pintura, desde a Idade Média até o século 20.
Destacam-se também uma sequência de fotos e um sistema de roldanas coloridas com uma espécie de máscara, que convidam o visitante a testar sua sensibilidade cromática, alinhando fotos da natureza a diferentes paletas e cores. Nessa mesma parede, estão quatro painéis interativos touch screen, onde se pode misturar, comparar cores e até mesmo pintar, utilizando as cores das obras de mestres como Malevich ou Matisse. A mostra conta ainda com um “jardim futurista”, que possui diversos objetivos, do lado externo do Sesc Santana.
A tecnologia é muito importante para a boa execução da mostra. “Complementando a noção da interatividade como meio de aproximação e sensibilização do público para o tema, os instrumentos de interação digital permitem uma experienciação da harmonia das cores, com diferentes abordagens, que leva as pessoas a sentirem-se autoras de suas próprias composições.”
Sobre a origem da exposição, Marinelli conta que tudo foi elaborado em conjunto: “A partir da proposta do Sesc de desenvolver esta exposição temática, o cenógrafo Renato Theobaldo empreendeu uma pesquisa sobre as diversas possibilidades que o tema traz e nos apresentou a possibilidade desta específica abordagem sobre o caráter relativo do fenômeno, visto sobretudo a partir da teoria de Goethe sobre as cores e das abordagens apresentadas pela Bauhaus.”
Para realizar tudo o que a mostra propõe, foi preciso contar com profissionais de diversas áreas: “A equipe de trabalho possui profissionais das mais diversas áreas de formação, desde a Suzana Garcia, que teve a primeira idealização da exposição, que vem das artes plásticas e psicologia, passando por mim e pela Talita Rebizzi que conduzimos o processo, eu das ciências sociais e a Talita do cinema, até o Renato, que se dedica sobretudo à cenografia para as artes performáticas, mas que vem da arquitetura e tem ampla experiência também em exposições temáticas”.
Marinelli revela a participação de especialistas em artes plásticas: “Como suporte ao desenvolvimento do trabalho também pudemos contar com o amplo repertório de Paula Csillag, especialista em teoria das cores, e, conduzindo o projeto educativo da exposição, Carlos Barmak, ambos com formação em artes plásticas mas com trajetórias e saberes muito diferenciados. Essa gama variada permitiu que todo o processo de trabalho fosse uma experiência muito enriquecedora”.
“O Nome da Cor”
Local: Sesc Santana – avenida Dr. Luiz Dumont Villares, 579
Período expositivo: até dia 13/10
Horário de funcionamento: terça a sexta-feira, das 10 às 22 horas; sábados, domingos e feriados, das 10 às 19 horas
Preço: entrada gratuita
Mais informações: (11) 2971-8700
seg, 29 de junho
dom, 28 de junho
dom, 28 de junho
sáb, 27 de junho
sáb, 27 de junho
sex, 26 de junho
sex, 26 de junho
ter, 2 de junho