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Não é preciso recorrer a soluções mágicas ou tratamentos caros para manter dentes e bocas saudáveis

Por Isabela Morais

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelaram que 11,7% dos brasileiros nunca foram ao dentista. Outro dado sobre a saúde bucal foi coletado pela Pesquisa Mundial de Saúde, que no Brasil foi desenvolvida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os resultados mostram que aproximadamente 14,5% da população do País já não possuem nenhum dente natural. Esse número corresponde a 26 milhões de pessoas.

Cinco mil famílias de todas as regiões brasileiras e de todas as classes sociais responderam ao questionário da Fiocruz, de janeiro a setembro de 2010. Outra constatação foi a de que a saúde bucal também reflete a desigualdade social do País. Entre os entrevistados considerados pobres, 17,5% não possuíam nenhum dente natural. Entre os mais ricos, esse porcentual é de 5,9%.

A boa notícia é que não é preciso recorrer a nenhum tratamento caro para ter boca e dentes saudáveis. Maria Luiza Moreira Arantes Frigerio, professora da Faculdade de Odontologia (FO), revela: “Sem dúvida, a escova e o fio dental ainda são os grandes aliados de um sorriso saudável”. Enxaguantes bucais apenas auxiliam, mas nunca substituem a escovação, por isso não devem ser utilizados separadamente. A professora ainda brinca: “Utilizar somente o enxaguante é como se você fosse a uma festa, mas não tomasse banho nem colocasse uma roupa adequada, mas borrifasse apenas um perfume francês”.

Alimentos pegajosos contribuem para a formação cáries

O mais indicado é escovar os dentes após cada refeição. Se isso não for possível, a última escovação do dia deverá ser bem mais detalhada. É durante o período de sono que o fluxo de saliva diminui e as bactérias se proliferam mais rapidamente. Uma escovação caprichada antes de dormir garante que a decomposição dos detritos de alimentos por essas bactérias seja mais demorada. Outra dica fundamental é não se esquecer da língua e das bochechas, que também devem ser escovadas. Uma boa escovação não deve ter menos de dois minutos. Deve-se dar preferência para escovas de cerdas macias e o fio dental deve ser utilizado, no mínimo, uma vez ao dia. O flúor presente nas pastas de dentes auxilia na prevenção de cáries tanto em crianças quanto em idosos, quando as cáries de colo são frequentes devido à retração da gengiva.

A alimentação é outro fator de grande importância para a saúde bucal, principalmente para crianças e jovens. A professora conta que doces industrializados devem ser evitados. O ideal é inserir frutas ou doces caseiros, como pudins e gelatinas, na alimentação das crianças. O consumo de balas, pirulitos, refrigerantes e bolachas deve ser moderado, pois esses alimentos na boca tornam-se pegajosos e aumentam as chances do desenvolvimento de cáries. Maria Luiza ainda completa: “Uma boa alimentação rica em fibras, associada ao pouco consumo de doces e alimentos pegajosos, é mais do que aconselhável para qualquer idade”.

Quando esses cuidados básicos não são realizados adequadamente, os problemas começam a surgir. Segundo a professora, os problemas mais comuns decorrentes da falta de higiene são a formação e colonização da placa bacteriana, que resultam em mau hálito, descalcificação do esmalte, formação de cárie e doença periodontal. Para identificar esses problemas o quanto antes, o aconselhável é ir ao dentista a cada seis meses. Mas a professora reconhece: “É sabido que a prevenção não é um hábito que costuma fazer parte da rotina das pessoas. O mais comum é ter o problema primeiro para em seguida buscar a solução”.

Fio dental, escova e pastas de dentes são os melhores aliados de um sorriso saudável

Quem também deve ter atenção especial à boca são os idosos. E é para eles que a professora coordena o programa Envelhecer Sorrindo na FO. Além do cuidado especial com a saúde bocal dos idosos, através das consultas e do provimento de eventuais próteses, a professora revela que no programa o tratamento vai além das consultas com os dentistas: “Percebemos que o problema dos idosos ia, muitas vezes, além da clínica odontológica, com o surgimento de casos de depressão e demência. Por isso estabelecemos importantes parcerias, como a que temos com o Instituto de Psiquiatria (IPq)”. No programa, além do atendimento odontológico, os idosos contam com acompanhamento de psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e realizam exercícios de arte terapia na sala de espera.

Em qualquer idade, Maria Luiza alerta que o importante é a prevenção: se as visitas ao dentista forem realizadas por prevenção, as dores de cabeça com futuros problemas e o trauma com a cadeira do dentista serão bem menores. “O sucesso do tratamento dentário implicará comprometimento, disciplina e manutenção dos bons hábitos de higiene por parte do paciente”, ela completa.

Para saber mais sobre o programa Envelhecer Sorrindo, clique aqui.

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