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Sandra Grisi: nova superintendente do Hospital Universitário

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Mesmo assumindo em janeiro, Sandra Grisi manteve-se reservada para organizar um plano de ações buscando atender as carências do hospital

Por Raphael Martins

Sandra Josefina Ferraz Ellero Grisi, professora titular do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina (FMUSP), assumiu, no início deste ano, a superintendência do Hospital Universitário (HU). Além da graduação, fez especialização, doutorado e livre-docência na FMUSP, voltada à área da Pediatria.

Escolhida pelo reitor João Grandino Rodas, a partir de uma lista tríplice elaborada pelo Conselho Deliberativo do HU, Sandra Grisi preferiu o silêncio. Preocupada em conhecer internamente o hospital, a superintendente só veio a público falar sobre seu mandato depois de dedicar-se, exclusivamente, a entender toda a cultura que envolve o HU. Com esse estudo, Sandra pôde, então, criar um plano de gestão eficaz, como ela mesma ressalta: “Acho que foi uma questão de forma de trabalho. Eu cheguei e, primeiro, quis tomar contato com todo o hospital. Conhecer, com mais profundidade, sua estrutura, sua capacidade instalada, conhecer as pessoas e os problemas, para preparar, junto com todo o pessoal, um programa de trabalho”.

Apesar de ter, reconhecidamente, uma enorme qualidade de atendimento médico, o maior problema do Hospital Universitário é amplamente conhecido. A superlotação do Pronto-Socorro é o principal alvo de ação da superintendente: “O número de usuários que procuram o ambulatório é muito maior que sua capacidade instalada. Isto cria uma dificuldade de acesso, porque há um número muito grande de usuários procurando pelo serviço que já está com toda a sua capacidade completa”.

Dentro de seu vasto plano de melhorias para o hospital, as prioridades de investimento serão em reformas prediais – o prédio sofre com a carência de manutenção, consequentemente atrapalhando a atividade hospitalar – e Tecnologia de Informação (TI) para acelerar todo o processo de diagnósticos, rodando mais os leitos e atendendo mais pacientes: “Pode-se fazer a tomografia e, em tempo real, acessar as fotos na tela. Para isso, minha rede tem que funcionar. Tenho que ter uma plataforma de TI que suporte digitalização de todas as imagens”.

Sandra Grisi, superintendente do Hospital Universitário

Além disso, a superintendente discorre sobre a necessidade de agilizar os processos administrativos do HU. Com métodos que datam da década de 70 – época de inauguração do hospital – o atendimento fica mais lento. Deve ser aplicado um novo sistema, que busque agilizar todo o caminho do paciente dentro do hospital, para que, assim, mais pessoas possam ser atendidas.

Mesmo com a necessidade de acelerar processos, Sandra ressalta a importância de não se perder a qualidade do atendimento: “Quando eu falo em agilizar o processo administrativo, é de forma completa. Digamos que o paciente foi internado hoje, se conseguíssemos fazer todos os exames no mesmo dia, faríamos o diagnóstico rapidamente, o processo terapêutico começaria mais rápido, ele tem alta mais rápido. Portanto, esse leito giraria mais rápido”.

A última providência é de medida externa. Com base no estudo de necessidades do HU, a superintendente idealizou uma espécie de campanha com o objetivo de captar recursos para investimentos em novas unidades de saúde na região, para dividir a demanda de atendimento com o HU. Foi, então, à Secretaria Municipal e à Secretaria Estadual de Saúde apresentar a atual condição do Hospital Universitário, para justificar seu pedido por investimentos. Ela ressalta: “Poderia haver, na região, uma capacidade de atendimento maior, que não precisasse estar toda aqui, poderíamos ter mais dois ou três hospitais na região (…) que pudesse absorver ou dividir com o Hospital Universitário a atenção à saúde da região oeste de São Paulo. (…) o secretário municipal de Saúde se disponibilizou e está trabalhando para injetar mais recursos na região. O secretário estadual de Saúde também vai dar todo o apoio, no sentido de desenvolver projetos especiais, para que possamos melhorar um pouco as condições de atenção à saúde”.

Isso tudo deve melhorar bastante a utilização do hospital, que é, também, uma unidade de ensino da Universidade de São Paulo. Além do eixo assistencial, que trata da atividade hospitalar, o HU tem dois outros eixos: de ensino e pesquisa.

O Hospital Universitário serve de unidade de ensino para grande parte dos cursos da área da saúde, como Medicina, Odontologia, Fisioterapia, entre outros. Apesar de problemas de lotação e precariedade predial, a parte de ensino do HU está em ótimas condições. Segundo a própria superintendente, a Universidade nunca deixou faltar bons equipamentos, refletindo em bons resultados no eixo ensino: “O que eu pude verificar aqui, é que a atividade de ensino realizada no Hospital Universitário é muito bem avaliada em todas as unidades, tanto pelos alunos, quanto pelos docentes e pelos resultados que ela obtém que medimos pelos resultados dos nossos alunos quando saem dos seus estágios dentro do Hospital Universitário”.

Quanto à parte de pesquisa, Sandra é sincera. Afirma que o HU não é, tradicionalmente, uma referência nessa área, mas vem contando com uma produção ascendente. Segundo ela, o papel do antigo superintendente, Paulo Andrade Lotufo, foi fundamental para o crescimento da pesquisa. Visando manter esse crescimento, Lotufo assumiu a presidência da Câmara de Pesquisa do hospital, para dar continuidade ao seu trabalho.

Depois de meses preparando seu plano de gestão, Sandra Grisi, a nova superintendente do HU, veio a público com propostas bem elaboradas para deixar o Hospital Universitário ainda melhor, tanto para estudantes, como funcionários e todo o público que necessita dos serviços do hospital em suas vidas.

Um comentário sobre “Sandra Grisi: nova superintendente do Hospital Universitário”

  1. Gostaria de parabenizar a Dra. Sandra por, finalmente, atacar o maior problema de nosso Hospital em sua raíz. Sou docente do Instituto de Química e há vários anos ando sugerindo aos candidatos a Reitores, que usem a força da Universidade, com nosso Campus plantado em São Paulo, para tentar entrar em contato com as autoridades Estaduais e Municipais, sensibilizando-as para a necessidade de termos, na região, um novo hospital bem equipado, com o qual o HU possa dividir todos os atendimentos da população que hoje, atende sozinho!Como usuária do HU, assim como minha mãe (Laura da Conceição Serrano,dependente de Docente), posso atestar o atendimento MARAVILHOSO de nosso Hospital. São tantos os médicos (as), enfermeiros (as) e funcionários (as) que conheço no HU, que citar uns sem citar outros seria injustiça. Existem as inúmeras filas, demora na marcação de consultas? Sim, existe, mas como função dos fatores, muito bem abordados na reportagem pela atual Superintendente. Como Docente da USP, tenho orgulho de nosso Hospital e de poder utilizá-lo. Desejo à Dra. Sandra muito boa sorte e um excelente trabalho em sua gestão.

    Silvia Helena Pires Serrano

    Professora Associada

    Instituto de Química – USP

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