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Exposição sonha com um Brasil eternamente campeão das Copas do Mundo, sem esquecer do humor
Por Ana Luiza Tieghi
Perder uma Copa do Mundo é frustrante. O Brasil é o país com o maior número de conquistas em Mundiais, mas as derrotas também são frequentes na nossa história. O Museu do Futebol aproveitou esse fato para, no mês da Copa do Mundo brasileira, mostrar como teria sido se não fossemos pentacampeões, mas icosacampeões, nome dado para aqueles que conquistam algo por 20 vezes.
“É nossa mostra especial para a Copa do Mundo”, conta Daniela Alfonsi, diretora de conteúdo do Museu, sobre a exposição “Brasil 20 Copas”. Com início no final de maio, durante quatro meses é possível visitar a mostra, que ocupa a sala de exposições temporárias do Museu do Futebol.
A “Brasil 20 Copas” é composta por diversas atividades interativas que apresentam finais alternativos para os Mundiais que o Brasil não conquistou, sempre com humor. “Não só as derrotas, mas tudo na exposição tem uma pitada de humor e uma leve ironia”, explica Daniela. A organização da exposição queria fazer algo que trouxesse uma reflexão sobre o movimento de manifestações e de “Não vai ter Copa”, mas, ao longo do desenvolvimento do projeto, perceberam que tratar o tema com leveza seria a melhor opção, principalmente no momento delicado que o País vive. “E o humor também nos permite olhar para o futebol com o que ele traz de melhor: essa sensação de assistir a um jogo e voltarmos a ser crianças, a rir sem compromisso com o que se passa fora dos gramados”, acredita a diretora.
Assim que entra na exposição, o visitante encontra duas perguntas: Por que ganhamos? Por que perdemos as Copas? Então, em 20 traves encontrará as respostas (não oficiais) para essas perguntas. Daniela conta que para redigir as respostas inusitadas foi chamado o jornalista Renato Terra, da revista Piauí, que também dirigiu um documentário sobre o clássico FlaxFlu, no Rio de Janeiro. “Falamos para ele: queremos contar outras versões sobre por que o Brasil ganhou ou perdeu, livres de rigores futebolísticos ou históricos. Como contaríamos a uma criança essas derrotas e vitórias?”, explica.
As respostas são divertidas e inesperadas, como, por exemplo, perdemos a Copa de 1930 no Uruguai porque foram 13 times e Zagallo ainda não era vivo, e a da Itália de 1934 porque não queríamos dar ibope para Mussolini.
Um filme de 12 minutos também foi criado especialmente para a mostra, com depoimentos de figuras notórias do futebol e do jornalismo esportivo, como Juca Kfouri, Milton Leite, José Silvério e Alex Bellos. O filme Brasil, Eternamente Campeão, tem roteiro de José Roberto Torero, direção de Henrique Goldman e brinca com o sonho do Brasil icosacampeão, tendo ganhado todas as edições da Copa do Mundo. Daniela conta que o filme foi parte fundamental no conceito da exposição, “é nossa grande obra dessa mostra”.
A interatividade é um ponto forte da “Brasil 20 Copas”. Os visitantes podem deixar sua marca para a posteridade ao gravar um vídeo, contando uma experiência
vivida durante alguma Copa do Mundo, e responder por que o Brasil é o maior campeão da história dos Mundiais. A resposta será postada no canal Brasil 20 Copas, criado no Youtube para a exposição.
A diretora de conteúdo do Museu conta que essa iniciativa aposta no envolvimento afetivo que os torcedores têm com o campeonato. “Você pode não ser um torcedor fanático ou acompanhar um clube, mas certamente se lembra do que estava fazendo na última Copa”, explica. “O visitante, por meio dessa interatividade, é incluído na brincadeira: a história de todo mundo pode caber no Museu. O que está na minha memória é o que importa lembrar sobre as Copas”, afirma Daniela. Os depoimentos gravados farão parte do acervo do Museu do Futebol e, posteriormente, dependendo da participação do público, poderão ser utilizados para outras iniciativas da instituição.
A exposição, que foi planejada desde dezembro do ano passado, conta ainda com mais seis experiências interativas, criadas pelo cenógrafo Marcello Dantas. São elas: A Cara do Campeão, que traz os rostos dos jogadores em morphing – efeito em que uma imagem vai gradualmente se sobrepondo a outra; Campeão até debaixo d’água, com fotos da seleção de 1950 no chuveiro e músicas cantadas pelos jogadores; Segredo de Campeão, que traz os bastidores do massagista Mário Américo e do roupeiro Ximbica; Campeão também pode, com quatro animações de histórias de bastidores dos atletas e, por último, Fome de Campeão, que traz animações sobre o que os jogadores comiam quando estavam nas Copas.
O Museu espera receber 100 mil visitantes durante os quatro meses de exibição da mostra, que está preparada para ser vista por turistas estrangeiros que venham para o País ver o Mundial. “O vídeo principal será legendado em inglês e os textos estarão traduzidos para o inglês e disponíveis em folder impresso e aplicativos para tablets e celulares”, conta Daniela.
Até o dia 13 de julho, a bilheteria do Museu do Futebol funcionará em horário estendido, das 9h às 21h, com permanência no local até as 22h. Os ingressos custam R$ 6,00, com meia-entrada para estudantes, professores e idosos. Crianças até sete anos não pagam, mediante apresentação de documento. Até o dia 13 de julho também haverá entrada gratuita para todos às quintas-feiras e sábados.
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