O laboratório realizou, em 2010, 9,6 milhões de exames

Por Thaís Viveiro

Boston, Baltimore, Harvard, Virgínia, Nova York. Essas são algumas das cidades pelas quais a equipe da Divisão de Laboratório Central (DLC) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP passou no ano passado. O intuito da viagem era bastante claro: com a referência dos maiores hospitais americanos, projetar o que a doutora Maria Elizabete Mendes, responsável pelo Núcleo de Gestão e Sustentabilidade da DLC, chama de “laboratório do futuro”.

No novo laboratório, os exames serão analisados sempre em conjunto

“É a reorganização do sistema, a integração do processo”, explica o diretor Alberto Duarte. Hoje, o laboratório ocupa o segundo andar do prédio central do HC e sua área é dividida em 12 setores. Isso significa que a amostra a ser examinada é colhida em vários tubos, cada um destinado para uma área. Com a reforma, que começa ainda neste ano, o laboratório continuará no mesmo espaço, mas adotará o sistema de corelab. Esse tipo de sistema, já presente em alguns dos grandes laboratórios privados brasileiros, mas ainda novidade no setor público, concentra todo o fluxo de análise em uma grande área, eliminando as divisões entre as especialidades. “A ideia é concentrar 90% do volume do laboratório nesse espaço”, explica Elizabete. Isso significa que as máquinas serão todas integradas e o tubo com a amostra será automaticamente transportado de uma máquina para outra.

A doutora Maria Elizabete Mendes explica o conceito de corelab

“Essa automação vai encurtar bastante o tempo de liberação do exame”, explica o diretor. No ano passado, o laboratório realizou 9,6 milhões exames. Com essa nova tecnologia, a ideia é chegar a 15 milhões de exames por ano. O corelab, no entanto, não se reduz apenas ao ganho de agilidade, mas, com especialidades reunidas em uma só área, é também uma nova forma de trabalho. “As pessoas vão trabalhar lado a lado. Os exames poderão ser analisados sempre em conjunto”, explicar o diretor do laboratório.

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