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Exigências do presente

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Mostra coletiva reúne quatro grandes artistas, Carmela Gross, Jac Leirner, Leda Catunda e Jorge Macchi, com obras produzidas nas últimas três décadas

JÉSSICA CAMARGO STUQUE

Convergências na repetição e seriação das formas, na acumulação e organização de objetos recolhidos da vida prática, na reabilitação de padrões e clichês a um estado de potência, no rigor intelectual dos procedimentos, talvez contribuam para mensurar o tamanho das exigências do presente. É tempo então de interrogar as obras e recuperar com elas a acepção investigativa da palavra “especulação”. A exposição coletiva “Exigências do presente”, que tem curadoria de José Augusto Ribeiro, apresenta obras, de três artistas brasileiros e um argentino, produzidas nas últimas três décadas. São eles: Carmela Gross, Jac Leirner, Leda Catunda e Jorge Macchi.
Pontual, sintética, porém complexa, a mostra traz momentos diversos das produções, com peças desde a década de 1980 até hoje, algumas inéditas em São Paulo ou pouco conhecidas e outras bastante representativas. As obras conversam entre si na repetição e seriação de formas, na acumulação e organização de objetos recolhidos na vida prática e na reabilitação de padrões e clichês. A seleção destes trabalhos dá sequência às atividades do simpósio Sobre Historicidade e Arte Contemporânea, organizado pelo Centro de Pesquisa em Arte Brasileira da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, há um ano.
Já as exposições individuais são assinadas por Cassio Michalany, Marcone Moreira, Camila Sposati e Lucia Mindlin Loeb. “Modulações”, de Michalany, apresenta três séries de pinturas em pequeno e médio formato, com diferenças sutis entre uma obra e outra, exigindo do espectador percepção de diferenças cromáticas, posições recorrentes e combinações. Moreira apresenta “Benzeiro”, trabalho resultante do Prêmio Funarte (2009), composto por 20 cavernas, peças curvas de madeira que dão forma ao casco das embarcações. “Gabião”, de Camila, sob curadoria de Rafael Vogt Maia Rosa, é composta por três peças que ampliam a questão da bidimensionalidade. Por fim, Lucia apresenta “Retorno”, em que um livro de um metro de comprimento, que traz reproduzidas notas de um cruzeiro em suas 13.500 páginas, é disposto no meio da sala.
Ciência e Arte – Também no Centro Universitário Maria Antonia está reunida a “Coleção, Ciência e Arte”, que apresenta uma seleção significativa do acervo de institutos e museus da USP: o Instituto de Estudos Brasileiros (IEB), o Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE), o Museu de Arte Contemporânea (MAC) e o Museu Paulista (conhecido como Museu do Ipiranga). É uma grande exposição que fica em cartaz até julho de 2012, no Edifício Joaquim Nabuco.
Exigências do presente e as mostras individuais ficam em cartaz até 4 de março de 2012, de terça a sexta, das 10h às 21h, e sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h, no Centro Universitário Maria Antonia (r. Maria Antonia, 294, Vila Buarque, tel. 3123-5200). Já a mostra “Coleção, Ciência e Arte” faz temporada até julho de 2012, no Edifício Joaquim Nabuco do Centro Universitário Maria Antonia (r. Maria Antonia, 258, tel. 3123-5201). Entrada franca.

Fotógrafos da Cena Contemporânea
Essa exposição acaba de entrar em cartaz no Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP, reunindo 90 fotografias que pertencem à coleção do Banco Santos que se encontra sob a guarda provisória do museu. A ideia da curadora Helouise Costa é delinear um panorama dos temas e questões recorrentes nos trabalhos produzidos a partir da década de 1950. Essa coleção já foi objeto, em 2008, de uma mostra intitulada “Fotógrafos da Vida Moderna” e, desta vez, as obras selecionadas abarcam o período entre os anos de 1954 e 2005. Há uma sala especial, não recomendada para menores de 18 anos, na qual o público é desafiado a pensar sobre as questões morais e éticas suscitadas pela exibição de certos tipos de fotografia no espaço de um museu de arte. Assinam os trabalhos artistas como Adriana Varejão, Claudio Edinger, Cris Bierrenbach, Daniel Klajmic, Dave Muller, Doug Hall, Ed Van der Elsken, Fábio Cabral, Felipe Goifman, Fuyuki Hattori, Hudinilson Junior, Janaina Tschäpe, Mario Cravo Neto, Odires Mlászho, Olafur Eliasson, Vik Muniz e Walter Niedermayr. Até 15 de abril de 2012, de terça a domingo, das 10h às 18h (às terças e quintas o horário se estende até as 20h), no MAC (r. da Praça do Relógio, 160, Cidade Universitária, tel. 3091-3039). Grátis.
Uma de suas pinturas, reunidas no Instituto Moreira SallesMira Schendel, pintora

O Instituto Moreira Salles inaugura nesta terça (abertura para convidados) a exposição “Mira Schendel, pintora”, que reúne 29 obras da artista plástica suíça radicada no Brasil, com curadoria da historiadora Maria Eduarda Marques. A mostra traz os melhores exemplos da pintura de Mira Schendel (1919-1988), produzidos entre os anos de 1950 e 1980, que exemplificam as diversas fases da produção pictórica da artista. Entre as décadas de 1950 e 1960, produziu naturezas-mortas e telas que podem ser relacionadas com a obra do pintor italiano Giorgio Morandi, além das chamadas pinturas matéricas, com texturas compactas, como massa, cimento e areia. Já nos anos 1980, Mira passou a produzir têmperas monocromáticas, sobre as quais aplicava figuras geométricas em folha de ouro ou traçava formas quase invisíveis com linhas tênues e leves incisões. A exposição fica em cartaz até 11 de março, de terça a sexta, das 13h às 19h, sábados, domingos e feriados, das 13h às 18h. Neste sábado, às 16h, será realizada uma mesa-redonda com a curadora, o crítico de arte Rodrigo Naves e o artista plástico Sérgio Sister. O IMS fica na Piauí, 844, Higienópolis, tel. 3825-2560. Entrada franca.
Exposição “Através”, da artista Mira Schendel, integrando o projeto Arte à Primeira Vista – que exibe obras de arte voltadas ao público infantojuvenil. A mostra traz cerca de 60 obras de diferentes períodos, provocando experiências através de jogos, práticas, conversas e brincadeiras, livremente inspiradas no processo de criação da artista. Destaque para os Datiloscritos, desenhos realizados por Mira com máquinas de escrever, e para a pesquisa dela em torno das letras p q b d, destacadas das cartelas de letra set amplamente utilizadas por designers nas décadas de 1960 a 1980, que saem do papel para o espaço da galeria. Até 26 de fevereiro, na Caixa Cultural (Praça da Sé, 111, Centro, tel. 3321-4400). Grátis.

Fayga Ostrower
Uma faceta pouco conhecida da artista plástica polonesa naturalizada brasileira é apresentada na exposição “Fayga Ostrower – Ilustradora”. Vencedora de diversos prêmios, entre eles o Prêmio Internacional da Bienal de Veneza (1958), e o Prêmio Nacional de Gravura da Bienal de São Paulo (1957), Fayga Ostrower é considerada uma das principais gravadoras do País. A mostra, que ficou em cartaz no Rio de Janeiro, chega a São Paulo com gravuras, instrumentos de trabalho, fotografias, livros e documentos produzidos entre os anos 1940 e 1970, mostrando a transição da artista do expressionismo figurativo à abstração. Destaque para as ilustrações especialmente criadas para edições requintadas de romances como Fontamara (1993), de Ignazio Silone, Opus 10 (1952), de Manuel Bandeira, e O Cortiço (1948), de Aluísio de Azevedo, além de periódicos como o jornal carioca A Manhã (1947-1951). Curadoria de Eucanaã Ferraz. Até 19 de fevereiro de 2012, de terça a sábado, das 14h às 19h, e domingos e feriados, das 14h às 18h, no Museu Lasar Segall (r. Berta, 111, Vila Mariana, tel. 5574-7322). Grátis.

Marcello Grassmann
Será inaugurada nesta segunda exposição de um dos mais importantes nomes da gravura e do desenho no Brasil, Marcello Grassmann. “Matéria dos Sonhos” reúne 33 gravuras do artista, revelando pela primeira vez ao público a edição integral das matrizes em metal feitas por Grassmann em 65 anos de trabalho. “Trata-se de uma edição histórica das matrizes em metal disponíveis e utilizáveis até 2011, somando 217 obras de arte”, informa o crítico Jacob Klintowitz, curador da mostra. A exibiçãoda obra completa de Grassmann só foi possível graças à dedicação de Roberto, o irmão impressor, na preservação das matrizes ao longo do tempo e da ousadia de Pedro Hiller, amigo do artista. Segundo o curador, a mostra retrata “… esta enevoada e submersa realidade: a estranheza deste lugar de cavaleiros e armaduras, animais míticos, donzelas intangíveis e belas, e no qual o destino paira sobre todos. É o mundo feito da mesma matéria de que se fabricam os sonhos”. Em cartaz até 3 de fevereiro de 2012, de segunda a sexta, das 9h às 19h, e sábados, domingos e feriados, das 10h às 17h, no Espaço Cultural Citi (av. Paulista, 1.111, térreo, tel. 4009-3000). Grátis.

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