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Programa Meu Prato Saudável tem por objetivo realizar uma conscientização alimentar e diminuir problemas de saúde no País
Alimentação balanceada e hábitos saudáveis são dois aspectos que uma pessoa que deseja viver bem e durante muito tempo deve buscar. Porém, essa combinação não é simples de ser alcançada. Por isso os índices de obesidade no Brasil crescem a cada ano. Um novo estudo publicado pelo Ministério da Saúde em abril de 2012 mostra que 15,8% da população brasileira sofre com a obesidade, cerca de 30 milhões de pessoas.
Preocupado com esses índices, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (HC-FMUSP), o Instituto do Coração do Hospital das Clínicas (Incor), a Latinmed e a ONG Orientavida trabalham no programa Meu Prato Saudável. Este consiste em um modelo nutricional que instrui as pessoas a se alimentarem de maneira balanceada e saudável nas principais refeições do dia. Mitsue Isosaki, diretora do Serviço de Nutrição e Dietética do Incor e uma das responsáveis pelo programa, explica por que se engajar nessa missão: “É nosso dever como profissionais da saúde, principalmente da área de nutrição. Ainda mais por trabalhar em instituições como o HC, cujos objetivos são assistência, ensino, pesquisa e também educação para a comunidade”.
O Meu Prato Saudável não é a primeira ação implementada pelos profissionais do HC. “No Incor, tínhamos o curso Como Cuidar do Seu Coração com aulas presenciais, participação de nutricionistas, médicos, professor de educação física e até psicólogos, porque quando falamos em saúde precisamos pensar em um estilo de vida saudável e não apenas na alimentação”, afirma a nutricionista.
Vitor Modesto Rosa, nutricionista e coordenador dos ambulatórios do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), acredita que o grande desafio do projeto é expandir a mentalidade de prevenção de doenças na população. “Sabemos o quanto difícil é atingir a população, principalmente, por concorrermos com ações de marketing da indústria alimentícia. Porém, ações como as do projeto, que visam à comunicação de forma mais clara e simplificada, focada nos pontos principais e com recorrência, facilitam e reforçam o entendimento pela população em geral. Objetivando, assim, a criação de uma cultura da prevenção, na qual a própria pessoa será consciente em suas escolhas.”
Os dados do Ministério da Saúde e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a prevalência das doenças crônicas não transmissíveis está aumentando no Brasil e no mundo. O risco de desenvolver doenças como obesidade, hipertensão e diabetes está crescendo, inclusive nas crianças.
Assim, Mitsue explica a importância do programa: “A campanha em si é muito importante porque essas doenças estão relacionadas ao estilo de vida das pessoas, ao hábito alimentar inadequado, ao stress e à inatividade física e é preciso haver uma conscientização”. A nutricionista revela a ideia diferente do programa. “Resolvemos mudar o método. As pessoas têm dificuldade em entender a pirâmide alimentar (famosa representação gráfica de como se alimentar de maneira saudável), então, por meio de fotos, mostramos a composição de um prato adequado. O Meu Prato Saudável traduz a pirâmide para fotos de pratos mais claras e instrutivas.”
A Latinmed, editora médica especializada na elaboração de projetos de qualidade de vida, prevenção de doenças, entre outros, fundou o programa juntamente com o HC. Todo o material utilizado, como cartilhas e outros materiais de divulgação, foi produzido pela empresa. O complexo do HC ficou com a parte de consultoria técnica.
A dra. Elisabete Almeida, diretora executiva do programa Meu Prato Saudável e presidente da Latinmed, revela as maiores dificuldades encontradas: “O maior problema está sendo conseguir o apoio financeiro das empresas. Precisamos de mais divulgação para que possamos conseguir mais recursos e levar a metodologia do programa para todos os Estados brasileiros”. Elisabete alerta para um problema a longo prazo: “Pesquisas apontam que, em dez anos, o Brasil será o mais gordo do mundo. Só um trabalho de prevenção pode impedir isso”.
Mitsue, porém, deixa claro que na questão de alimentação saudável não há a rigidez que muitas pessoas pregam. “A pessoa pode comer de tudo, mas não todos os dias as mesmas coisas. A ideia que tentamos mostrar é que, no almoço e no jantar, metade do prato seja composto por hortaliças cozidas e cruas, um quarto por uma parte de proteína animal (carne, ovo, peixe) e um quarto por proteína vegetal (feijão, ervilha, lentilha, arroz, batata).”
O Icesp é um dos oito institutos que participam do programa, fazendo parte do comitê técnico do Meu Prato Saudável. Juntamente com outros institutos, é responsável pelo desenvolvimento, divulgação e ações do projeto no HC e para a população em geral.
Vitor Rosa ressalta a importância de um estilo de vida saudável na área de prevenção ao câncer. “O American Institute for Cancer Research e World Cancer Research Fund estimam que 30%/40% de todos os tipos de câncer podem ser prevenidos por uma dieta adequada e saudável, atividade física e manutenção do peso corpóreo.”
Além disso, as pesquisas vêm corroborando a visão do programa: “A maioria das pesquisas sobre nutrição e câncer estuda um determinado alimento ou nutriente e seu impacto na formação do tumor, o que é muito útil para análise dos detalhes dos mecanismos da doença, porém não ajuda a dar um panorama geral na prevenção do câncer, reforçando a ideia de que não são os compostos isolados e ingeridos sob a forma de suplementos que podem diminuir o risco de câncer, mas sim uma dieta adequada e saudável“.
Lançamento dos programas
Em 16 de outubro de 2011, Dia Mundial da Alimentação, foi realizada uma campanha de conscientização alimentar para lançar o Meu Prato Saudável com os funcionários do Incor. Com o sucesso, o programa foi se expandindo: “Resolvemos tornar esse programa corporativo a partir de 2012, incluindo o Complexo do HC. Além do Incor, mais oito institutos participam”. Estes são: Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, Instituto Central, da Criança, de Ortopedia e Traumatologia, de Psiquiatria, de Medicina Física e Reabilitação e Hospital Auxiliar de Cotoxó e de Suzano.
No dia 17 de outubro, esse mutirão de conscientização foi realizado fora do complexo, nas estações Clínicas e Sé do metrô, atingindo cerca de 20 mil pessoas, com distribuição de cartilhas e outros materiais educativos.
Mitsue explica como a campanha foi empregada nos institutos. “Aplicamos um questionário de avaliação nutricional em 2.800 pessoas (funcionários dos institutos). Dessa quantidade, 37% tinham sobrepeso e 19% já possuíam obesidade de grau um (causa hipertensão, cardiopatia e risco moderado de diabete). Se somarmos sobrepeso, obesidade de grau um, grau dois (risco de mortalidade aumenta 50%) e três (o risco de doenças assim como de mortalidade aumenta 90%), 70% das pessoas do instituto se encaixariam nesses aspectos.”
No dia 12 de outubro de 2012, Dia da Criança, foi lançado o programa Meu Pratinho Saudável, que tem por objetivo mostrar a importância de um estilo de vida saudável logo nos primeiros anos. “O problema da alimentação é mundial. Há muitas ações no sentido de conscientização, mas a adesão é muito pequena ainda, por isso é importante começarmos esse trabalho logo na idade infantil.”
O programa tem contado com diversas formas de divulgação, desenvolvidas pela Latinmed, para tentar atingir um número maior de pessoas ao longo do tempo. “Distribuímos muito material com intenção de conscientizar e realizar educação alimentar e nutricional por meio de materiais didáticos. No dia de nossas campanhas usamos tablets com um aplicativo educacional, entre outras coisas.” Além disso, há a confecção de cartilhas educativas, um site, uma fanpage no facebook e um aplicativo para celular (que pode ser encontrado no site), ainda em fase de desenvolvimento pela Latinmed.
Na questão de divulgação, Elisabete ressalta o papel das empresas privadas: “A iniciativa privada tem contribuído muito, nos últimos anos, tanto com a criação como com o apoio para programas de educação em saúde e de responsabilidade social. Somos um grande país, que, além das iniciativas do governo, depende muito das empresas e da sociedade para a melhoria da qualidade de vida de todos”.
Além disso, para seguir crescendo, o programa tem contado com o apoio da Secretaria Estadual de Educação, estabelecendo também um convênio com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). “Tudo está em planejamento. A ideia é, via nutricionistas do sistema público escolar, tornar a merenda mais saudável e também ensinar as crianças e os pais em relação à importância da alimentação saudável também nos lares”, afirma Mitsue.
Segundo a nutricionista do Incor, há muitos projetos e ideias futuras para a ampliação do programa. “A área é ampla e muitas ações podem ser realizadas; precisamos trabalhar para vencer limitações de recursos humanos e econômicos”.
Dicas do programa para o dia a dia
Ingredientes:
500 g de macarrão talharim cozido
1 colher de sopa de salsinha picada
1 colher de chá rasa de sal
½ xícara de chá de ervilha fresca cozida
1 cenoura grande cortada em fatias cozida
1 pimentão vermelho picado
1 colher de sopa de azeite
Preparo: Cozinhe o macarrão conforme as instruções da embalagem. Em uma tigela coloque o macarrão e misture com a ervilha, a cenoura, a salsinha picada, o pimentão, o sal e o azeite, misture todos os ingredientes e sirva em seguida
Algumas vitaminas possuem ação antioxidante e contribuem para a prevenção do câncer.
É o caso da vitamina A (cenoura, abóbora, fígado, brócolis e melão), C (acerola, abacaxi, kiwi, laranja) e E (germe de trigo, amêndoas, nozes, castanha-do-pará, gema e vegetais folhosos). Inclua esses alimentos no dia a dia e mantenha uma refeição equilibrada, rica em fibras e evitando o consumo de gorduras e açúcar em excesso.
seg, 29 de junho
dom, 28 de junho
dom, 28 de junho
sáb, 27 de junho
sáb, 27 de junho
sex, 26 de junho
sex, 26 de junho
ter, 2 de junho
Adorei a iniciativa do programa meu prato saudável e gostaria de saber como obter a cartilha educativa do programa.
Grata,
Cristina