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: Banho das mulheres na lagoa, dentro do Parque Indígena do Xingu, norte do Mato Grosso, por Maureen Bisilliat

Banho das mulheres na lagoa, dentro do Parque Indígena do Xingu, norte do Mato Grosso, por Maureen Bisillia

Três grandes mostras fotográficas entram em cartaz neste mês na cidade de São Paulo. A primeira delas traz cerca de 200 imagens da fotógrafa inglesa Maureen Bisilliat. Uma parceria entre o Sesi e o Instituto Moreira Salles, a exposição “Maureen Bisilliat: fotografias” chega a São Paulo depois de uma temporada no Rio de Janeiro, só que agora mais extensa e com novidades.

Alguns ensaios ganharam novas imagens, como Pele Preta, composto por fotos feitas quando a artista ainda era estudante e frequentava ateliês de modelo vivo. Também ganhou volume a série dedicada aos romeiros, e ainda há ensaios inéditos: Chorinho Doce, com fotografias captadas em grande parte no Vale do Jequitinhonha e inspiradas nos poemas de Adélia Prado.

Outras imagens também trazem referências em universos literários de Guimarães Rosa, Jorge Amado, João Cabral de Melo Neto, Ariano Suassuna e Euclides da Cunha. Há ainda trabalhos feitos em viagens de Maureen pelo Japão, África e Bolívia. Destaque também para a série dedicada ao Xingu, incluindo a projeção do documentário Xingu/Terra, feito na década de 1980 por Maureen Bisilliat e Lúcio Kodato, rodado na aldeia mehinaku, no Alto do Xingu. A curadoria é de Sergio Burgi. Além da mostra, a publicação homônima reconstrói a trajetória da fotógrafa ao longo de 50 anos, reunindo 12 ensaios fotográficos (304 págs., R$ 140,00).

Bruges, na Bélgica (dezembro de 1973), de João Luiz Musa

Bruges, na Bélgica (dezembro de 1973), de João Luiz Musa

A exposição “João Luiz Musa – Fotografias” reúne duas séries: uma colorida e outra em preto e branco, em um conjunto de 105 fotos, com cenas, arquiteturas e paisagens. A série em p&b, intitulada Um Inverno, traz 50 imagens captadas em Paris, Londres, Roma, Lisboa, Madri, Genebra, Oslo, Estocolmo e outras cidades europeias em uma viagem que o fotógrafo fez durante o inverno de dezembro de 1973 a janeiro de 1974. Algumas das fotos já estiveram em exposição no Masp (1974) e no MIS (1993).

Na atual seleção, também estão os negativos, contatos, processo de edição e cópias que foram revisitados, além de novas imagens incorporadas ao ensaio.

Já na série em cor, Fotografias 2005-2009, estão as outras 55 fotos mais recentes, tiradas em Paris e Avignon, na França, Nova York e cidades brasileiras, como São Paulo, Rio de Janeiro, Parati, Cubatão e Itanhaém. Geradas por câmeras digitais e impressas em jato de tinta sobre papel de algodão, as imagens foram tratadas com recursos de interpretação sobre a luz e sobre a cor. As séries serão transformadas em livros, com previsão de lançamento no término da exposição, dia 9 de maio: Fotografias 2005-2009 (Imprensa Oficial, 156 págs., com texto de Luiz Armando Bagolin) e Um Inverno (Imprensa Oficial/Edusp, 144 págs., com texto de Agnaldo Farias).

Profissão Fotógrafo: paralelo entre a capital paulistana e da Argentina

E, por fim, a exposição “Profissão Fotógrafo” inclui imagens do argentino Horacio Coppola e da suíça Hildegard Rosenthal, que traçam um paralelo entre São Paulo e Buenos Aires. São 45 fotografias, feitas entre o fim dos anos 30 e início dos 40, ambos influenciados pelo modernismo e formados na tradição da escola alemã Bauhaus. As imagens revelam a vertigem do moderno, representada pela verticalização dos edifícios, e mostra a importação da “Nova visão” e da “Nova objetividade” europeia. As geometrias fragmentadas permitem que estruturas de ferro forjado ressignifiquem uma nova funcionalidade urbana: balcões, antenas, telas aramadas nas escadarias. As geometrias das paisagens noturnas contrastam com os prédios em ascensão e celebram a cidade iluminada que Walt Whitman, um século antes, chamou de “I sing the body electric” (Eu canto o corpo elétrico).

Os trabalhos também fazem o registro histórico de transformações nas duas capitais, que cresceram com o processo de industrialização, fazendo aumentar o número de pessoas nas ruas, que circulam ao lado de cartazes do comércio ou letreiros em neon. Revelam o sentimento de redenção pelo novo, por um centro flanado pela multidão, por transeuntes anônimos desafiando veículos, a promessa de uma nova cidade.

Galeria de Arte do Sesi (“Maureen Bisilliat: fotografias” )
Av. Paulista, 1313
T. (11)3146-7405
H.segunda, das 11h às 20h, terça a sábado, das 10h às 20h, e domingo e feriados, das 10h às 19h
Ingressos: Grátis
Até 4 de julho

Instituto Tomie Ohtake (“João Luiz Musa – Fotografias” )
Av. Brig. Faria Lima, 201, Pinheiros (com entrada pela r. Coropés)
T. (11) 2245-1900
H. de terça a domingo, das 11h às 20h
Ingressos: Grátis
Até 9 de maio

Museu Lasar Segall (“Profissão Fotógrafo”)
R. Berta, 111, Vila Mariana
T. (11) 5574-7322
H. de terça a sábado, das 14h às 19h, e domingos e feriados, das 14h às 18h
Ingressos: Grátis
Até 4 de abril

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