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Pé na Faixa

Campanha de trânsito na USP visa ao aumento do respeito ao pedestre dentro do campus da capital
Por Guilherme Celestino

Conscientizaçào de motoristas, respeito ao pedestre

Conscientizaçào de motoristas, respeito ao pedestre

Este ano a campanha, cujo slogan é Pé na Faixa, prioriza o pedestre. Segundo Ronaldo Pena, diretor de Operação de Vigilância no campus, esta campanha visa a valorizar o pedestre. A Prefeitura pretende aumentar e melhorar a sinalização, com a criação de novas faixas de pedestres e semáforos. O objetivo é despertar o motorista para a condução de forma consciente do veículo, respeitando os pedestres na travessia da faixa, parando o carro sempre que este for atravessar. Para tal várias ações já foram e serão tomadas, entre elas estão o lançamento de um pedágio educativo, onde foram cobrados 40 segundos de atenção às orientações de procedimentos de segurança; curso para os agentes de vigilância, para a condução de motocicletas; curso de direção defensiva para os motoristas da PCO; aplicação de testes com lombadas eletrônicas e testes de velocidade em diversas áreas do campus com a instalação de radares para medir o abuso dentro das ruas e avenidas do campus.

Pena diz que os acidentes da USP aumentam a cada ano. “É conseqüência do aumento da frota e do trânsito de veículos e pessoas, aliado à ausência de poder fiscalizador eficaz com intervenção no trânsito” diz. Como no Brasil o trânsito é responsabilidade do município, os órgãos reguladores não podem atuar dentro das universidades que são de responsabilidade do estado. “A CET não pode atuar dentro do campus, isso leva ao desrespeito das leis do trânsito, temos grandes dificuldades de fazer valer as regras, pois quase não tem fiscalização”, comenta Cristina Guarnieri, diretora de Relações Institucionais da PCO. Para resolver tal questão o Ministério Público, após reclamação de uma vitima de acidente no campus de São Paulo, exigiu que a Prefeitura do campus fizesse um convênio com a CET, Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo. Segundo Pena, tal convênio, que ainda não foi efetivado, visto que está em tramitação na Consultoria Jurídica da USP, seria interessante, pois daria oportunidade da Guarda Universitária de lavrar autos de infração administrativos.

Esse tipo de iniciativa já foi estabelecido no campus de Pirassununga, onde um radar móvel foi instalado. A notificação da infração é feita pelo agente interno do campus e posteriormente encaminhada ao Ciretran da cidade que emite a multa. Ela é lavrada a partir das informações dadas pelo campus, mas este não recebe nada pela multa. Para Marcelo de Luca Ribeiro, prefeito do campus, somente a prevenção com campanha não funcionava, foi preciso também da punição, com o radar, para diminuir os casos de infrações. “Dentro do campus tem uma estrada de 5 km na qual, pelo excesso de velocidade havia um grande número de atropelamentos de animais silvestres”, comenta o prefeito. Além disso, a Prefeitura de Pirassununga completou os 3,5km de calçada que faltava para o acesso dos pedestres, aumentando a segurança destes. Para Cristina, existe uma intenção da Prefeitura de aprimorar as campanhas, realizá-las de forma mais articulada, permanente e regular, não apenas com cara de campanha, mas como algo estabelecido dentro da sociedade uspiana.

Motivada pela intensificação do fluxo de veículos e pelo conseqüente aumento dos acidentes, a Prefeitura do campus da capital (PCO) lança a cada dois anos uma nova campanha de trânsito com um tema específico, cujo objetivo é alertar os freqüentadores de problemas referentes ao trânsito no campus. Na ultima campanha foi abordado o conflito entre pedestres, ciclistas e motoristas buscando por novas alternativas.

8 comentários sobre “Pé na Faixa”

  1. Wanderley disse:

    Acho importante a educação de motoristas que ultilizam o Campus Capital, mas tenho dúvidas quanto a eficiência de normas de trânsito que apenas visem os motoristas sem a devida atenção com medidas para pedestres e ciclistas, pois muitos destes afrontam os carros que circulam no campus como, por exemplo, colocando-se no meio da via no horário de pico de trânsito. Será que não necessitamos ter uma pista só para pedestres e/ou ciclistas como é feito nos fins de semana quando da realização de eventos no campus? Além das faixas de travessias para pedestres perto de todas unidades não seria importante mais lombadas eletrônicas para contrôle de velocidade? Revisão do limite de velocidade permitida para carros em todas as vias (talvez algumas abaixo do necessário e outras acima)? Não seria necessário uma revisão da engenharia para melhorar fluxo de veículos nos 3 pontos de entrada/saída do campus, principalmente nos momentos de pico.

    Além de utilizar o campus para acesso à minha unidade,também utilizo o Campus para minhas caminhadas, mas sempre nos espaços onde não ocorra risco de atropelamento (calçadas, trilhas).

    Aliás creio que, em sua maioria, os motoristas utilizam o campus como fuga para o trânsito complicado nos arredores da cidade universitária.

    Outra dúvida será fiscalização dentro do campus por orgãos como o CET, mas para isso acredito no julgamento das normas da USP pela CJ para avaliar sua legalidade.

    Obrigado,

    Wanderley

  2. Oreste Bortolli disse:

    Há mais de 10 anos,por inciativa de Cristovam Buarque, a campanha Distrito Federal foi um enorme sucesso.

    Vejam:

    pedroemilio.bloguepessoal.com/24027/Paz-no-transito-DF-reforca-campanha-da-faixa-de-pedestres/ – 80k
    http://www.df.gov.br/003/00301009.asp?ttCD_CHAVE=16523 – 35k –
    http://www.detran.df.gov.br/003/00301009.asp?ttCD_CHAVE=... – 31k
    http://www.cristovam.org.br/index.php?option=com_content... – 50k –

    A USP deveria fazer com que os resultados de uma certeira campanha rebatesse em toda a RMSP.

  3. Oreste Bortolli disse:

    Caro Wanderley,

    Já está mais do que na hora de entendermos a lógica do trânsito que é muito simples, ou seja, em primeiro lugar os pedestres; em segundo os veículos não motorizados e por último, os motorizados. Concordo que o pedestre deva também ser educado, contudo, fora ou dentro da faixa, ele deve ser priorizado. Como motorista mais do que pedestre dentro do campus, mesmo parando nas faixas de segurança,observo as pessoas amedrontadas com a penosa travessia, mas jamais 'afrontando' os carros.

  4. paulo disse:

    Ola, Orestes e Wanderley

    Tb acho q as campanhas devam ter foco nos motoristas E pedestres visando cumprir a lei de transito. Mas acho tb q a PCo deveria incentivar permanentemente e nao apenas em campanhas pontuais. Umas placas proximas às faixas e lombadas, podiam avisar sobre a prioridade ao pedestre (qdo nao houver semaforos), obrigando a parada de carros. Alias, creio q isso seria melhor do q os proprios semaforos, pois alem de educativo está na lei.

    Por enqto é so, Paulo

  5. Oreste Bortolli disse:

    Paulo,

    Concordo plenamente com você. Motoristas, pedestres e usuários de veículos não motorizados devem juntos tomar ciência do problema. Mas creio que ainda não se descobriu a 'fórmula' para harmonizá-los. Um dos erros, concordo, é a PCO fazer campanhas pontuais, campanha essas que ficam restritas ao campus. Evidente que,a longo prazo, não surtirão algum efeito mesmo dentro do território uspiano. Sendo um pouco radical, além da sinalização mais visível, creio a multa seria um dos melhores recursos. Não sei de você tem idade para se recordar como os brasileiros passaram a usar o cinto de segurança. Além ter sido elaborada uma campanha bem sólida, passaram a vigiar os morotistas e multaram até que, sem tardar, aprenderam a utilizá-lo. Mas multar na USP ainda é contra a lei. A não ser que a CJ tome o problema a ferro e fogo.Um atopelamento pode ser fatal!!!

  6. paulo disse:

    Obrigado, Orestes, pela resposta.

    Acabamos de participar do Forum sobre o Uso do Espaco Publico no Campus (http://stoa.usp.br/espacousp/profile/) e foi mto debatido esta questao no GT Viario. Creio q a PCO tem ciencia q nao ha resultados concretos num dia ou 2 de campanha, mesmo exibindo um carro todo retorcido. nAO ACHO Q A uSP DEVERIA APELAR PRA MULTAS (ops) mas sim pro educativo, mesmo q leve mais tempo… Acredito sim na utopia da Cidade Universitaria ser uma ilha de acao pedagogica no transito (como Brasilia?). Sou sim do tempo da mudanca dos habitos e ja usava cinto antes mesmo por ja ter tido um forte acidente (de moto) e por influencia de uma ex-namorada (namoro tb é cultura, 2o a Dedi, sua aluna ;o}). vamos nos falando. Abraço, PAulo

  7. Elizete disse:

    Eu acho que as campanhas devam ter foco nos motoristas e pedestres visando cumprir a lei de transito. A PCo deveria incentivar permanentemente e não apenas em campanhas pontuais, por mais lombadas e faixas próxima as unidades por que os motoristas não respeitam os pedestre e também não respeitam as guiar rebaixadas para os cadeirantes e deficientes eles estacionam encima das faixas de rebaixamento e criar um trajeto alternativo para os ciclistas eles também não respeitam ninguém e nada (motorista e pedestres) e avisos sobre a prioridade ao pedestre (qdo nao houver semáforos), obrigando a parada de carros. Seria melhor do que os próprios semáforos, pois alem de educativo está na lei.

  8. paulo disse:

    concordo plenamente Elizete. Tenho ate visto, apesar de minoria, carros pararem pra pedestres na faixa, mesmo tendo uma manda de carros atras dele. Atos assim creio q podem se tornar cotidianos bastante ampla campanha e placas indicativas, indicando a faixa ser do pedestre, tendo ele primazia pra atravessar a rua se ser atropelado (apesar do apressados e agoistas).

    A PCO ta lendo a gente aqui? deveria…

    PAulo

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