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Teatro
Por Claudia Costa
São dois espetáculos em cartaz no Tusp. Separação de Corpos é um solo de Renata Mazzei, do Centro de Pesquisa em Experimentação Cênica do Ator, que une elementos de expressão corporal e técnicas orientais do aikido para contar a trajetória emocional de uma mulher que se separa do marido. Concebida a partir das experiências pessoais da atriz e diretora, a peça, assim como todo o projeto, nasceu em meio à desordem conjugal, que a levou, por meio de improvisações, a construir o roteiro. “Estava vivendo o fim de uma relação de 10 anos. Fui pega de surpresa, estava muito confusa, deprimida, angustiada e isso me trouxe uma turbulência emocional muito grande”, conta. Além do texto, o processo de dramaturgia se completa com imagens formadas pelos movimentos da atriz ancorados na técnica do aikido.
Na primeira parte, a mulher se prepara para o encontro com o amado. A fala é suprimida e a cena se conduz apenas por ações físicas, que sugerem o encontro e, em seguida, a separação. A peça se desenrola com a percepção da solidão. As falas surgem quando começam os desequilíbrios emocionais, denotados de saudade e revolta, típicos do término de uma relação. Ao atingir o esgotamento, a personagem toma a iniciativa de esperar o retorno do amado, alimentando a esperança de reconciliação, mas o desfecho é a constatação do fim, com a partilha dos bens entre o casal e a dissolução da relação, e seguido pelo reinício do ciclo. A direção é da própria atriz, que também assina o cenário, com caixas de madeira espalhadas pelo ambiente, guardam segredos, conservam e protegem, representando presentes ou objetos em mudança. E a trilha sonora é composta por Dudu Tsuda, da banda Trash Pour 4.
E está de volta o espetáculo 9:50 Qualquer Sofá, do grupo Opovoempé, utilizando o sofá como objeto poético e símbolo de espaço comum a todos, com histórias e até orientações para jogadores de RPG. No enredo, quatro mulheres narram fatos reais, como uma mulher que é atingida por um raio ao escovar os dentes, ou um cego que dirige um carro na contramão.
A escolha do sofá, objeto corriqueiro, como centro das ações dramáticas, está diretamente ligada ao interesse do grupo em falar de um homem que estar em qualquer lugar, pertence a qualquer classe social. O sofá se torna então espaço de transformação, com o homem contemporâneo diante do inusitado dos fatos: terrorismo, violência, escândalos. As histórias são desdobradas, reinterpretadas, relacionando-se de forma direta ou indiretamente.
Tusp
R. Maria Antonia, 294, Vila Buarque
T. (11) 3255-7182
H. sábados às 19h, e domingos, às 18h, até 30 de agosto (Separação de Corpos); e quintas e sextas, às 21h30, até 28 de agosto (9:50 Qualquer Sofá).
Ingressos: R$ 20,00 (para cada peça)