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Pesquisa mostra comportamento dos jovens quando o assunto é a Pílula do Dia Seguinte
Por Márcia Scapaticio
Uma pesquisa feita pela Faculdade de Saúde Pública e pelo Instituto do Discurso do Sujeito Coletivo, com apoio do CNPq e do Ministério da Saúde revelou as ideias dos jovens sobre o uso da Pílula do Dia Seguinte (PDS) e também registrou a opinião dos profissionais da área de saúde que, diariamente, atendem e convivem com esse grupo social.
O professor do Departamento de Prática de Saúde Pública da FSP e coordenador do estudo, Fernando Lefèvre, aponta as boas consequências do projeto: “Além de registrar as ideias dos adolescentes por meio da pesquisa, conseguimos três produtos um livro destinado à população em geral, uma cartilha que auxiliará os profissionais da saúde e um programa multimídia especial para os adolescentes que em breve estarão disponíveis na internet e nos postos de saúde”.
O diferencial da proposta de Lefèvre foi interagir com os voluntários, apresentando histórias atuais para que eles escolhessem o melhor modo de agir durante uma situação que envolvesse o uso da pílula. Por exemplo, uma garota que não usou o preservativo numa relação sexual com o namorado de longa data ou até um caso mais grave como um estupro. Segundo o professor, “as respostas revelaram um grande leque de opiniões sobre o tema e o destaque encontra-se no fato da maioria dos entrevistados entender e aprovar o uso da pílula como uma das medidas eficazes para prevenir a gravidez indesejada e de não encararem a religião como um obstáculo para a utilização desse método. Em contraponto, há um desconhecimento grande entre os jovens e mesmo entre os profissionais sobre o funcionamento da pílula, pois boa parte deles acha que ela é abortiva, pensamento que não procede, porque apenas há o impedimento da fecundação e, caso a mulher esteja grávida, não há obstáculos à evolução da gravidez”.
Um aspecto que marca a contemporaneidade da pesquisa é a importância dada pelos jovens à carreira profissional. “Muitos consideram a pílula um recurso válido para impedir uma gravidez indesejada, o que poderia atrapalhar seus planos de estudar e conseguir um emprego”, afirma Lefèvre. O professor observa que, ao todo, foram entrevistados 230 meninas e 70 meninos, de 13 a 20 anos, entre os anos de 2008 e 2010. A diferença se deu “pois a pesquisa foi feita nas unidades de saúde, que são mais frequentadas por mulheres do que por homens”, argumenta. “No entanto, conseguimos traçar um panorama quantitativo e qualitativo sobre o assunto, sintetizando as ideias dos jovens e dos profissionais sobre cada um dos casos.”
Uma constatação feita pela pesquisa pode auxiliar o cotidiano dos profissionais da saúde, que “sentem dificuldade em indicar esse método, porque está em jogo dilemas sobre a dificuldade do jovem, mas deve haver a consciência de que existe o direito à privacidade e não é preciso autorização dos pais para que sejam indicados aos pacientes os métodos anticonceptivos”, esclarece Lefèvre.
Em sua experiência com questões da saúde, o professor faz um alerta que pode determinar o funcionamento adequado do método: “A pílula perde muita eficácia quando não tomada nas 72 horas depois da relação sexual sem proteção, por isso o jovem precisa estar informado sobre esses detalhes”.
Todos os pontos principais da pesquisa foram abordados no seminário Aconteceu, e daí?, realizado na FSP no início de novembro. Mais programas especiais voltados à saúde da população podem ser acompanhados no site da Secretaria de Saúde.
seg, 29 de junho
dom, 28 de junho
dom, 28 de junho
sáb, 27 de junho
sáb, 27 de junho
sex, 26 de junho
sex, 26 de junho
ter, 2 de junho
Bastantes estranhas as declarações do prof. Lefèvre ao negar o óbvio: a pílula do dia seguinte evidentemente não impede a fecundação, pois esta já aconteceu. O que impede é a implantação do óvulo já fecundado no útero da mulher: não adianta tentar piruetas verbais para negar o caráter abortivo desta pílula. Lamento pelos adolescentes que participaram do estudo, que tiveram cerceado o seu direito a uma informação verídica e isenta.