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Programa do HC alerta para os riscos de se manter uma farmacinha em casa
por Mariana Franco
Onde ficam os remédios na sua casa? Provavelmente numa caixinha, no armário do banheiro ou da cozinha, locais de grande calor e umidade, pouco adequados para a conservação dos produtos.
Esse hábito de manter uma farmacinha em casa é uma das principais causas de intoxicação por medicamentos. Dados de 2006 da Fundação Oswaldo Cruz registraram 39.514 intoxicações no estado de São Paulo, das quais cerca de 40% foram causadas por medicamentos. Crianças de até quatro anos de idade, em geral, são as mais atingidas.
Esse é um dos motivos que levaram a Farmácia Ambulatorial do Instituto Central do Hospital das Clínicas (ICHC) a instalar um programa que incentiva os pacientes a devolver os medicamentos que, por algum motivo, deixaram de ser consumidos durante o tratamento. Carlos Suslik, médico e diretor executivo do ICHC, explicou que todos os pacientes atendidos no ambulatório recebem gratuitamente os remédios necessários ao tratamento, retirando-os na farmácia com data e hora marcada ou recebendo-os diretamente em casa. Como diversas vezes esses medicamentos não são consumidos na sua totalidade, eles passam a ser um problema, tanto pelo risco de automedicação, quanto pelo de ocorrer um descarte inadequado, que ocasiona problemas ambientais.
Os medicamentos que são agora devolvidos ao HC passam por uma avaliação de suas características. Aqueles que ainda estão em boas condições são encaminhados para outros pacientes. Os demais são descartados devidamente, recolhidos por empresa especializada e encaminhados para incineração.
Em quatro meses, 957 pessoas aderiram ao programa e 14.030 unidades de diversos tipos de medicamentos foram devolvidas. Somente são recebidas as devoluções dos pacientes do próprio HC. “Quem é atendido aqui tem uma numeração, com a qual podemos rastrear o medicamento devolvido e controlá-lo. Também não teríamos estrutura para atender mais pessoas”, explicou Suslik. Passam em média 3 mil pacientes pela farmácia do ICHC para retirar seus remédios por dia.
Além de segurança, o programa gera economia: desde sua implantação, R$ 120 mil foram poupados, dinheiro que retorna em melhorias para o hospital. Entretanto, o ponto central, como ressalta o diretor, “não é a economia, mas segurança dos pacientes”. Para Maria Cristina De Nadae, diretora da Farmácia Ambulatorial, o ideal seria comprar em qualquer drogaria medicamentos fracionados. Já que isso não ocorre, “deveria ser como bateria de celular, quem forneceu ter a responsabilidade de recolher e dar o descarte adequado”. Cristina acredita que agora, com a divulgação do programa, todos vão começar a se perguntar: “E os remédios lá de casa?”, e que dessa forma a questão da devolução de medicamentos deverá em breve ser discutida no Conselho Regional de Farmácias, visando à implantação do programa em mais locais.
Emiliane Silva Santiago, estudante da pós-graduação em farmácia da USP, foi ao HC devolver os medicamentos de um vizinho, que os recebe em casa para o tratamento da diabetes, mas não os consome. Ele chegava inclusive a distribuir os remédios para amigos e conhecidos. Emiliane estava já há meses tentando devolvê-los em algum lugar. “Fui a várias UBSs (Unidades Básicas de Saúde), mas nenhuma aceitou.” Para ela, é muito importante a divulgação do programa e a conscientização das pessoas de que guardar uma farmacinha em casa é muito perigoso. “Toda unidade de saúde deveria receber devolução de medicamentos.”
seg, 29 de junho
dom, 28 de junho
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sáb, 27 de junho
sáb, 27 de junho
sex, 26 de junho
sex, 26 de junho
ter, 2 de junho
Temos muito que aprender com esta iniciativa do HC em relação a possibilidade de devolução de medicamentos não utilizados. Qualquer serviço deveria ter essa ação como obrigatória. Medicamentos em estoque só causam prejuízo e danos.
Um medicamento em estoque com a validade vencida perde sua ação; um medicamento no armário é arriscado para crianças curiosas; uma ou duas unidades de algum psicofármaco podem concretizar uma tentativa de suicídio.
Que a iniciativa do Hospital seja divulgada e avaliada pela vilância sanitária!
Bom dia,
Achei de suma importância essa reportagem acima.
Pois bem, eu trabalho na USP, na FMRP, sem Ribeirão Preto, SP.
Como eu faço para devolver esses medicamentos que não são mais usados?
Grato,
Gustavo Medeiros.
Gustavo,
por enquanto o programa de devolução dos medicamentos atende apenas aos próprios pacientes do Hospital das Clínicas.
Como a diretora da farmácia, Maria Cristina DeNadae, disse, agora que as pessoas começam a se perguntar o que fazer com seus remédios, será preciso cobrar que outras instituições de saúde tenham essa mesma iniciativa.
Mariana Franco