Novo diploma entregue na cerimônia

O certificado será emitido para cursos e graduação, pós-graduação e extensão em todas as unidades de ensino e pesquisa

Por Gustavo Paiva

Um modelo único de diploma para todas as unidades da USP, com a identidade da Universidade e impressão com chaves de segurança para atestar a validade do documento, esses são os principais objetivos do primeiro modelo-padrão de diploma lançado pela Reitoria. Em solenidade no dia 12 de fevereiro, na sala do Conselho Universitário, o projeto foi apresentado ao público e foram entregues os primeiros certificados emitidos no novo modelo. Até então, cada unidade expedia o seu diploma, com um design e formato próprios. Segundo a secretária-geral da USP, Maria Fidela de Lima Navarro, a ideia é que todas as unidades da Universidade passem a emitir diplomas nos mesmos moldes ainda esse ano.

Francisco Homem de Melo, designer do diploma, explica sua concepção

O novo diploma da USP tem formato vertical, medindo 21,5cm x 31,5cm, em três cores: azul na parte superior, amarelo ao centro, e vermelho na parte inferior. Francisco Homem de Melo, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e responsável pelo design, explica que as cores são representativas da Instituição. O azul é a cor da USP, o amarelo é uma alusão à Federação e o vermelho ao estado de São Paulo. “Ele é um diploma colorido, o que não é exatamente usual”, diz Homem de Melo, que esclarece ainda ter buscado um design com ares contemporâneos como a Universidade.

A reitora Suely Vilela destaca a importância da identidade institucional do novo diploma. “A ideia de ter um diploma único é para ter uma identidade USP. Quando você olhar aquele diploma vai saber que é da Universidade de São Paulo”, afirmou a reitora. Por isso, o modelo traz o logotipo da USP no centro superior, destacando o caráter institucional do documento. No centro da parte inferior, em simetria ao da Universidade, ficará o logotipo da unidade. Na lateral esquerda está o selo do Ministério da Educação, obrigatório a todo diploma reconhecido no Brasil, e à direita o diploma traz a inscrição da Torre do Relógio: “No universo da cultura, o centro está em toda parte”.

Homem de Melo explica que o diploma procura criar um paralelo de importância entre a Universidade e a unidade.“Visualmente, no diploma, a hierarquia um é o brasão da USP e a hierarquia dois é o sinal de identificação de cada unidade”. No topo estarão em destaque o nome do diplomado e o título que lhe está sendo conferido.

Sete chaves de segurança garantem a confiabilidade do novo documento.

O novo modelo foi uma sugestão do professor da Escola Politécnica e então diretor da unidade Vahan Agopyan. O professor conta que quando assumiu a unidade criou um grupo de trabalho para tentar reduzir a burocracia nos processos administrativos, e a lentidão na emissão do diploma foi identificada como um dos maiores problemas.

No levantamento feito pelo grupo de trabalho, foram identificadas 142 etapas para a emissão do documento, e o processo de impressão ou de confecção era uma etapa bastante demorada. Foi então que surgiu a ideia de um modelo único de diploma para a Universidade, que conferisse confiabilidade ao documento. O pedido foi encaminhado em ofício para a Secretaria-Geral da USP, ainda na gestão passada. Quando assumiu a Reitoria, a professora Suely Vilela deu continuidade ao projeto, que ficou sob os cuidados da professora Maria Fidela de Lima Navarro.

Em discurso na cerimônia de apresentação do novo diploma, Maria Fidela destacou como o processo de emissão será menos burocrático. “Quando esse processo foi iniciado em 2006, o tempo despendido para se obter o diploma de graduação era em média de um ano após a colação de grau e da pós-graduação era de dois, após a homologação. Hoje o diploma é expedido em dias, em menos de um mês”, declarou.

A reitora Suely Vilela o lado dos diplomados

A velocidade de emissão do documento, entretanto, não era a única preocupação do grupo de trabalho de Agopyan. Havia uma preocupação muito grande com a segurança e falsificações de diplomas da USP e essa se tornou uma das diretrizes principais do projeto. Homem de Melo explica que o novo diploma tem várias chaves de segurança. Entre as principais, destaca o papel com marca-d´água que é produzido exclusivamente pela Casa da Moeda, e a impressão em calcografia (ou talho-doce), técnica de impressão com metais moles usada em cédulas e que permite uma riqueza muito grande de detalhes, efeitos de relevo e impressão de microtextos.

Outro ponto destacado por Agopyan é que boa parte dos diplomas era feita à mão por calígrafos e em papéis especiais, o que acarretava um alto custo para os diplomados. Um certificado podia chegar a R$ 150. Segundo Maria Fidela, o custo final de impressão do novo diploma ficou em R$ 3,50. Isso possibilitou outra mudança: “Para o aluno egresso da USP, o diploma é grátis”, anunciou Maria Fidela durante a cerimônia. A USP está, assim, de acordo com as resoluções 01/83 e 03/89 do Conselho Nacional de Educação que proíbe a cobrança para emissão de diplomas.

O resultado final do novo diploma foi aprovado unanimemente pelos diretores das unidades. “Dois professores comparam o diploma aos da London University e aos de Harvard”, declarou Maria Fidela. Agopyan, o mentor da idéia, diz estar satisfeito com a segurança. Sobre o design, ele comenta: “Fico muito contente que o diploma tenha uma cara e um design USP”.