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Mobilidade na Cidade Universitária

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Sem distâncias para aprender

 

Francisco EmoloPrefeitura estuda medidas para melhorar o tráfego dentro do campus, como ciclovias, faixas de ônibus e reforma de calçadas

 

A Cidade Universitária Armando de Salles Oliveira (Cuaso) não leva o nome de cidade por acaso: dentro dela estão instaladas 20 unidades de ensino, três institutos especializados, dois museus, o Centro de Práticas Esportivas (Cepeusp), o Conjunto Residencial da USP (Crusp), os hospitais Universitário (HU) e Veterinário (Hovet), além de institutos associados. Assim, estima-se que, todos os dias, passem pelo campus do Butantã cerca de 100 mil pessoas. Com essa população, a Cuaso poderia até mesmo se aproximar do ranking feito pelo IBGE das 300 cidades mais populosas do Brasil (Araxá, a 300ª colocada no ranking de 2013, possuía naquele ano 99.986 habitantes).

Avisos sobre a nova faixa exclusiva de ônibus já estão espalhadas pelo campus.O projeto deve ficar pronto antes do início do ano letivo

Avisos sobre a nova faixa exclusiva de ônibus já estão espalhadas pelo campus.
O projeto deve ficar pronto antes do início do ano letivo

Diante de toda essa grande proporção, a mobilidade dentro do campus acaba por se tornar um tema bastante importante. Afinal, para que a Universidade possa oferecer a seus alunos, funcionários, docentes e visitantes os serviços que dela se espera, é necessário promover meios para que todos consigam transitar pelos 3.648.944 m² da Cidade Universitária e pelas portarias que a ligam ao restante de São Paulo. Para isso, uma série de medidas vêm sendo planejadas pela Prefeitura do Campus da Capital (PUSP-C).

 

Incentivo ao transporte coletivo

 

Segundo o vice-prefeito da Prefeitura do Campus da Capital (PUSP-C), Professor Tercio Ambrizzi, o transportesustentável é prioridade

Segundo o vice-prefeito da Prefeitura do Campus da Capital (PUSP-C), Professor Tercio Ambrizzi, o transporte
sustentável é prioridade

Uma dessas medidas é a criação de faixas exclusivas de ônibus. A primeira delas liga a Portaria 1 até a av. Lineu Prestes, na altura da Casa de Cultura Japonesa. Segundo Tercio Ambrizzi, vice-prefeito da Prefeitura do Campus da Capital (PUSP-C) e professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG), esforços foram feitos para que a entrega da obra ocorresse próximo ao início do ano letivo. “É um projeto relativamente simples, mas que exige muita cooperação de todos”, diz.

Atualmente, a locomoção dentro da Cuaso ocorre sobretudo por meio dos circulares 8012 e 8022, que saem do Metrô Butantã em direção às diversas unidades, e cujo uso é gratuito para estudantes, funcionários e docentes da Universidade. Além destas linhas específicas, outras linhas urbanas também têm a Cidade Universitária como rota, e serão beneficiadas pelas faixas exclusivas.

Apesar de o trânsito no campus ser relativamente mais brando que no restante da cidade de São Paulo, a implantação das faixas se faz necessária pois, em horários de pico da manhã e da tarde, o tráfego na Cuaso também pode se tornar caótico, sobretudo na Portaria 1 (que dá acesso ao Metrô Butantã). Isto porque não são apenas pessoas vinculadas à USP que circulam pelo lugar, mas também muitos motoristas que utilizam a Cidade Universitária como rota de passagem, visando a fugir de congestionamentos intermináveis em outras vias paulistanas.

Nos horários de pico da manhã e da tarde, há um grande fluxo de trânsito em alguns pontos do campus da capital. Parte desse fluxo provém de motoristas sem vínculo com a USP

Nos horários de pico da manhã e da tarde, há um grande fluxo de trânsito em alguns pontos do campus da capital. Parte desse fluxo provém de motoristas sem vínculo com a USP

Para Ambrizzi, o uso do campus por motoristas externos não é benéfico à Universidade. “Nós já temos aqui uma carga de pessoas muito grande; um comportamento de cidade, como o próprio nome diz. Então não precisamos de mais veículos passando pelo campus”, afirma. Segundo o vice-prefeito, tal comportamento não promove a integração entre a USP e a sociedade. “As pessoas estão simplesmente passando por aqui”, argumenta. “Hoje nós temos projetos de integração, como fins de semana de esporte, eventos que ocorrem ao longo da semana, feira do livro, feira de profissões e tudo mais; isso sim é integração.”

O vice-prefeito afirma que outras faixas exclusivas serão implantadas no futuro, após estudos de fluxo realizados em parceria com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Ele explica que o órgão presta uma espécie de consultoria à PUSP-C, com auxílio na sinalização e em projetos de mobilidade, e que a parceria entre eles acaba de ser renovada por mais cinco anos. Para Ambrizzi, a relação também é importante no sentido de ampliar o intercâmbio entre a USP e órgãos externos. “É clara a importância dessa associação USP-município, e, particularmente, USP-CET”, afirma.

 

Por um campus mais sustentável

 

No ano passado, a PUSP-C realizou testes para regulamentação da prática esportiva no campus aos fins de semana, visando a aumentar a segurança dos atletas e evitar acidentes. Na foto, corredores e ciclistas se exercitam em área demarcada

No ano passado, a PUSP-C realizou testes para regulamentação da prática esportiva no campus aos fins de semana, visando a aumentar a segurança dos atletas e evitar acidentes. Na foto, corredores e ciclistas se exercitam em área demarcada

Contudo, indo além do incentivo ao transporte coletivo, o principal objetivo da Prefeitura do Campus é incentivar os frequentadores da Cuaso a se utilizarem de formas de locomoção ainda mais ecológicas, como bicicletas e a própria caminhada.

Planeja-se a construção de vários quilômetros de ciclovias na Cidade Universitária, que se ligariam das avenidas principais a todas as unidades. De acordo com a Prefeitura, uma empresa foi contratada para estudar previamente a implantação. “Até o meio do ano teremos o projeto executivo, e com base nele veremos o quanto vamos demorar para implementar as ciclovias de fato”, diz Ambrizzi. Além disso, está nos planos da Prefeitura a instalação de pontos de aluguel de bicicleta, semelhante ao que foi feito com o Pedalusp em 2011 (um projeto piloto que permitia o empréstimo de bicicletas por meio do Cartão USP). “É a nossa prioridade, nessa parte de transporte urbano, o transporte sustentável, e por isso queremos ter isso o quanto antes”, diz o vice-prefeito. Ele reitera que várias universidades do mundo já têm um amplo sistema cicloviário. “Isso (a criação de ciclovias) é uma coisa que já deveria ter ocorrido há muito tempo. Se você for em várias universidades europeias ou mesmo americanas, elas têm muitos quilômetros de ciclovias bem delimitados”, argumenta.

Em 2012, o projeto piloto Pedalusp permitia o empréstimo de bicicletasno campus por meio do Cartão USP. Segundo a Prefeitura, ele está sendoutilizado como base de dados para implantação de um novo sistema

Em 2012, o projeto piloto Pedalusp permitia o empréstimo de bicicletas no campus por meio do Cartão USP. Segundo a Prefeitura, ele está sendo utilizado como base de dados para implantação de um novo sistema

Contudo, é possível que a definição de um espaço para bicicletas na Cidade Universitária gere alguma reclamação por parte dos usuários de carro, da mesma forma que ocorreu quando da instalação de ciclovias em outros pontos de São Paulo. Hoje, a USP tem 280.000 m² de estacionamentos planejados, os chamados “bolsões”. O vice-prefeito, porém, reitera que as faixas para ciclistas não diminuirão a oferta dessas vagas. “Não mexeremos nos bolsões; vamos tirar vagas de estacionamento de lugares em que os carros já não deveriam estar estacionandos”, diz ele. O que ocorre é o fato de os bolsões, às vezes, serem alguns poucos metros mais distantes. “É uma questão de adaptação”, lembra Ambrizzi, “então eu vou ter que deixar meu carro no bolsão, ou pegar uma bicicleta, ou caminhar”.

Os planos da Prefeitura do Campus também incluem melhorias para os pedestres, por meio da reforma de calçadas

Os planos da Prefeitura do Campus também incluem melhorias para os pedestres, por meio da reforma de calçadas

Dentro desse contexto, outra proposta estudada pela Prefeitura é a reforma das calçadas, de modo a facilitar o deslocamento a pé, e até mesmo a prática de exercícios, que é comum no campus. Para o vice-prefeito, “a Cidade Universitária é grande, mas não é tão grande assim. Alguns lugares podem facilmente serem alcançados a pé, sem grandes transtornos”, diz ele.

Tais medidas se enquadram dentro do projeto Campus Sustentável, que além de transporte urbano, atua em áreas como uso de água, energia elétrica e resíduos. Os núcleos de trabalho do projeto são compostos por funcionários, docentes e até mesmo por estudantes interessados em utilizar o campus como objeto de pesquisa. “Nesse contexto de crise hídrica, é um momento importante para se pensar no global. E o transporte urbano está interligado à poluição e ao aumento dos gases do efeito estufa”, completa.

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As questões nas reuniões do Conselho Municipal de Política Urbana envolvem, indiretamente, transporte e mobilidade. Em sua opinião, qual item seria prioridade para melhorar o transporte público?

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