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Aberta temporada das orquestras

Osesp e Osusp, duas orquestras de renome internacional, abrem suas temporadas neste mês

Osesp e Osusp, duas orquestras de renome internacional, abrem suas temporadas neste mês

Por Luiza Furquim

Começa em março a programação de 2010 de dois dos maiores grupos sinfônicos de São Paulo, a Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) e a Osusp (Orquestra Sinfônica da USP), com atrações de peso do cenário nacional e internacional. As temporadas de 2010 dão chance ao público de por à prova o virtuosismo de seus novos regentes titulares – o francês Yan Pascal Tortelier, que está em sua segunda temporada na Osesp e a brasileira Ligia Amadio, que acaba de assumir o cargo na Osusp.

Os concertos de abertura da Osesp acontecem já nesta semana, de 4 a 6 de março, com o segundo programado para os dias 11, 12 e 13 (quinta, às 19h e 21h, sexta, às 21h, e sábado, às 14h45 e 16h30). Em ambiente intimista a Osesp apresenta a série Um Certo Olhar, em que os músicos e o público se reúnem em torno do repertório de câmara, que nesta edição traz o Octeto de Sopros em mi bemol maior, Op. 103, de Beethoven, e Serenata nº 11 em mi bemol maior, KV 375, de Mozart (dia 11, às 19h, e dia 13, às 14h45). Os outros concertos são regidos pelo regente titular da orquestra e tem solo do violoncelista Guy Johnston, com programa que inclui as peças La Péri: Fanfare, de Paul Dukas, Noturnos, de Debussy, Don Quixote, Op. 35, e Salomé, Op. 54: Dança dos Sete Véus, de Strauss.

A Osusp, que traz em grande parte dos concertos um tripé formado por uma peça clássica ou romântica, uma obra do século 20 e outra brasileira, abre o ano no domingo, dia 14 de março (às 17h), com apresentação da Série Via Láctea – inspirada no poema de Olavo Bilac – sob regência de Ligia Amadio. Ao lado da maestrina estão o tenor húngaro Szabolcs Brickner, primeiro colocado na competição de canto da Rainha Elisabeth em 2008, e o violinista australiano Ray Chen, vencedor do primeiro prêmio no Young Concert Artists International Auditions de 2008-09, em Nova York, que costuma se apresentar com um violino Stradivarius de 1721, conhecido como “Macmillan”. No programa, Canções, de Richard Strauss; Concerto nº1 para Violino e Orquestra em sol menor, Op. 26, de Max Bruch; e Sinfonia em ré menor, de César Franck.

O ano da Osesp – Para o desenvolvimento da temporada de 2010, a orquestra contou com a participação de dois respeitados consultores artísticos internacionais: Henry Fogel, reitor da Faculdade de Artes Dramáticas e Musicais da Universidade de Roosevelt e ex-presidente da Orquestra Sinfônica de Chicago (eleita a 5ª melhor orquestra do mundo pela revista Gramophone), e Timothy Walker, diretor executivo e artístico da Orquestra Filarmônica de Londres (a 4ª melhor, pela mesma publicação). Fogel e Walker criaram um projeto ambicioso: apresentar todas as sinfonias do compositor austríaco Gustav Mahler – 2010 celebra o 150º aniversário de seu nascimento e 2011 lembra os cem anos de sua morte – assim como seus principais ciclos de canções.

O programa se estenderá na temporada do ano que vem, mas o público pode ouvir este ano as sinfonias nº 3, 4, 6 e 7, além da série Rückert Lieder, inspirada em poemas de Friedrich Rückert, que serão interpretadas pela mezzo soprano Petra Lang. Os maestros convidados são John Nelson, diretor musical honorário do Ensemble Musicale de Paris, e Marin Alsop, diretora artística da Sinfônica de Baltimore.

Este ano ainda se comemora o bicentenário de nascimento de Chopin e a Osesp convidou dois pianistas em ascensão para concertos em maio: o croata Dejan Lazic, que interpreta o Concerto nº 2 para Piano em fá menor, Op. 21; e a polonesa Ewa Kupiec, que faz um recital solo dedicado ao compositor polonês, com obras como Quatro Mazurkas, Op. 41 e Dois Noturnos, Op. 48.

A orquestra apresenta ainda, em setembro, uma das maiores promessas do oboé, Ramón Ortega Quero, de apenas 21 anos, que tem sido disputado pelos principais palcos do mundo depois de vencer o concorrido ARD International Music Competition de Munique, em 2007; o argentino Osvaldo Golijov, compositor-residente da Sinfônica de Chicago, que acompanhará, em outubro, os ensaios do programa especialmente dedicado a sua obra; e o brasileiro Rodolfo Coelho de Sousa, que presencia a estreia mundial de sua peça O Livro dos Sons na primeira semana de julho.

O ano da Osusp – Para a maestrina Ligia Amadio, a programação deste ano promete ser “emocionante e inesquecível”. Além de comemorar os aniversários de nascimento de Schumann e Chopin, a orquestra celebra os 350 anos do nascimento de Alessandro Scarlatti, com apresentação do Concerto Grosso nº 1 em fá menor e de Santa Terza em lá menor para Flauta e Cordas; e os 300 anos de Giovanni Pergolesi, com interpretação de Stabat Mater (ambas em agosto). Há ainda o centenário de nascimento do norte-americano Samuel Barber, comemorado em um concerto pela paz em 11 de setembro, em que estarão presentes a pianista Fany Solter e a soprano Adélia Issa; e os aniversários de morte do maestro alemão e judeu Max Bruch e do compositor belga César Franck (na abertura da temporada).

A novidade de 2010 é o concerto especial Compositoras Brasileiras, com apresentação em setembro, onde serão interpretadas as obras Lagoa e Branco para Orquestra, de Valéria Bonafé; Branco para Barítono, Cordas e Tímpano, de Denise Garcia; e Sun d’Oro Suíte para Orquestra de Cordas, de Silvia de Lucca (as duas primeiras se graduaram e a última é mestre pela USP).

A Osusp estreia ainda, em dezembro, uma obra composta especialmente para a orquestra por Aylton Escobar, ex-aluno de Camargo Guarnieri e nº 25 da Academia Brasileira de Música. O concerto, que trará ainda composições de Schumann (Concerto para Orquestra em lá menor, Op. 54) e Scriabin (Sinfonia nº2, Op. 29, em dó menor), conta também com a participação da convidada Linda Bustani, uma das mais importantes pianistas da América Latina.

Outro destaque é que a Osusp, a convite da Associação Paulista dos Amigos da Arte (APAA), abre a temporada de óperas de 2010 do Theatro São Pedro, em abril. Com direção artística de Ligia Amadio, a orquestra apresenta Tosca, de Giacomo Puccini. A obra, dividida em três atos, é ambientada no verão de 1800, logo depois da queda da República Romana, quando a mulher do rei de Nápoles se instala em Roma e incumbe o barão Scarpia de criar uma polícia secreta para assegurar a restauração da monarquia.

Outros projetos da orquestra são recuperar os acervos de gravação da Osusp desde sua fundação, disponibilizando-os para estudiosos e pesquisadores, e promover master classes com artistas convidados aos alunos interessados.

Sala São Paulo (concertos de março)
Praça Júlio Prestes, 16
T. (11) 3223-3966
Ingressos: entre R$ 36,00 e R$ 122,00 (Osesp) e de R$ 10,00 a R$ 50,00 (Osusp)
Programação completa em www.osesp.art.br e www.usp.br/osusp

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