Professor Waldyr, nomeado coordenador da Coordenadoria de Assistência Social da Universidade (Coseas) em 2010, diz ter facilidade em se adaptar aos embates

Por Isabela Morais

Em maio de 2010, o reitor da Universidade de São Paulo, João Grandino Rodas, nomeou o professor da Faculdade de Odontologia (FO) Waldyr Antonio Jorge para o cargo de coordenador da Coseas. Pouco mais de dez meses depois de sua nomeação, o professor revela os desafios iniciais e as perspectivas futuras de atuação da Coordenadoria que é responsável pelos setores de alimentação, creches e promoção social da Universidade.

Nascido na cidade de São Paulo, Jorge se formou em Odontologia pela USP em 1973. Questionado sobre a escolha da área para seguir a carreira, ele revela: “Lá pelos meus dezesseis anos, eu tinha uma namorada que tinha uma prima dentista. Um dia eu fui buscá-la no consultório da dentista e me encantei com aquele mundo do consultório. Aquela independência que a moça tinha, já na década de 1960, me impressionou”.

Ao entrar na USP, em 1968, o professor conta que se encantou ainda mais pela área: “É uma profissão maravilhosa, na minha visão, porque trata da boca que faz as maiores manifestações do ser humano, como o som, a voz, o canto, a declamação, a oratória, a alimentação. Além de envolver também o ato mais nobre de amor do ser humano, que para mim é o beijo”.

Waldyr Antonio Jorge é o coordenador da Coseas desde maio de 2010

Com o término da graduação, em 1973, o professor fez diversas especializações em cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial, estomatologia e saúde pública. A partir daí, Jorge prosseguiu com o mestrado e doutorado, e realizou três pós-doutorados fora do País, na Alemanha, nos Estados Unidos e em Cuba. Sobre a área da odontologia que escolheu para se especializar, ele conta: “A traumatologia bucomaxilofacial trata dos ferimentos e traumas faciais, dos processos patológicos da face, da boca e das cirurgias bucais e faciais em geral”.

Casado, cinco filhos e com o cargo de professor titular da USP, um novo desafio entrou na vida de Jorge em 2010, ao aceitar o convite do reitor. “Possivelmente ele viu em mim alguma qualidade no sentido de tentar atenuar essas rotas de confronto, de colisão”, diz o professor, referindo-se à greve e à ocupação da sede da Coseas por parte dos moradores do Conjunto Residencial da USP (Crusp), em 2010.

O professor destaca como ponto positivo durante seus meses de atuação o bom relacionamento entre os funcionários da Coordenadoria: “Os diretores e os próprios funcionários estão tendo um envolvimento muito grande na minha proposta de trabalho. Acho que, passados esses meses, desenvolvemos um relacionamento muito respeitoso e transparente. Eu vejo que diante de todos os problemas há uma grande possibilidade de atingirmos metas e alguns objetivos”, ele conta.

Entre os resultados já conquistados no trabalho, destaca a redução das despesas na Coordenadoria. Ele revela que, “através de uma sistemática de reduzir preços e chamar parceiros, reduzimos as despesas da Coseas sem interferir na qualidade dos nossos serviços”. O professor conta também que tem trabalhado para garantir a representatividade dos moradores do Crusp em fóruns e em discussões sobre as necessidades da moradia. “O diálogo com o pessoal da ocupação da Coseas está realmente um pouco restrito, mas, em contrapartida, com os representantes eleitos esse contato está sendo muito produtivo e nós temos muitos projetos de melhorar a ambientação do Conjunto Residencial.”

Reforma de prédios, melhorias na segurança e a inauguração de um novo bloco estão entre os projetos futuros para o Crusp. “Já conseguimos melhorar a iluminação noturna, com postes mais baixos para dar mais segurança ao ambiente, e estamos estudando a instalação de bicicletários em todos os blocos.” Em maio, um novo bloco do Conjunto Residencial deverá ser inaugurado. Quanto à alimentação, o coordenador diz que a Coseas também tem um projeto para criar uma central de produção de refeições, que seria distribuidora para os restaurantes dentro do campus da Universidade. “Isso, num segundo estágio, incluiria uma grande e magnífica reforma no Restaurante Central para ele ser realmente uma área primorosa dentro da Universidade.”