Conversa com pesquisadores (10/7/2019): Cidade cantada

Cidade cantada

Existem muitas maneiras de estudar e compreender as cidades em que vivemos: por um lado, elas são um acúmulo de edifícios, ruas, construções — um acúmulo, portanto, de trabalho, de formas, de arquiteturas. Por outro, são resultado da ação de legisladores, empreiteiros, incorporadores e outros agentes com interesses econômicos e políticos. Cidades, então, podem ser estudadas a partir das práticas e dos discursos daqueles diretamente envolvidos em sua produção e na formulação de seus aspectos físicos.

Contudo, cidades também são, afinal, um espaço de vida: são nelas que não só as pessoas trabalham, como é nelas que as pessoas cantam, dançam, fazem poesia, fazem arte, criam representações de suas próprias vidas e de seus lugares.

Será possível estudar as cidades a partir dessas representações? Que informações novas elas trazem? Como elas nos ajudam a compreender melhor esse fenômeno urbano com o qual lidamos todos os dias? Discutiremos esses e outros assuntos no próximo dia 10 de julho, às 19h, na Casa de Dona Yayá, quando conversaremos com o pesquisador Marcos Virgílio da Silva sobre seu livro Debaixo do “Pogréssio”: sambistas e urbanização paulistana nas décadas de 1950 e 1960, publicado recentemente a partir de sua tese de doutorado.

Sobre a palestra

Cidade cantada: a canção popular como documento da urbanização em São Paulo
As canções populares, especialmente após o advento da gravação sonora no século XX, constituem um corpo documental extremamente rico e instigante para a pesquisa histórica — e também para a história da urbanização. É possível reconhecer diversas canções que fazem menção à cidade e seus lugares, narrando paisagens e ambiências, caracterizando espaços e suas transformações. Ainda que não se tratem de testemunhos intencionais, e nem de representações que se pretendam objetivas e sistemáticas, as canções permitem inferir indiretamente diversos aspectos da vida nas cidades, as visões de seus autores e intérpretes sobre as mudanças na cidade e até mesmo seus desejos e aspirações em relação ao lugar em que vivem. Nesta apresentação, pretende-se discutir alguns aspectos do uso da canção como fonte documental para os estudos urbanos, suas potencialidades e algumas de suas limitações.

Sobre o autor

Marcos Virgílio da Silva, arquiteto e urbanista, é mestre e doutor em História e Fundamentos da Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo, pesquisador e docente em Urbanismo, Planejamento e História da Urbanização pelo FIAMFAAM Centro Universitário e o Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, onde também coordenou o Mestrado Profissional em Arquitetura, Urbanismo e Design. Autor do livro Debaixo do “Pogréssio”: sambistas e urbanização paulistana nas décadas de 1950 e 1960 (São Paulo: Alameda, 2019).

 

Sobre as conversas com pesquisadores

Tratam-se de rodas de conversa com especialistas e pesquisadores do campo do patrimônio cultural, com o objetivo de promover a divulgação da produção acadêmica e a aproximação entre o universo acadêmico e a sociedade em geral. As conversas são uma oportunidade para conhecer os pesquisadores e seus objetos de investigação, além de proporcionar um espaço para debate e troca de conhecimento.

SERVIÇO

Data
10 de julho de 2019

Horário
19h

Local
Casa de Dona Yayá. Rua Major Diogo, 353, Bela Vista, São Paulo.

Público
Aberta a todos os interessados em discutir patrimônio cultural, memória e sua inserção na cidade.

Não há necessidade de inscrição prévia
Na ocasião a Casa de Dona Yayá permanecerá aberta à visitação até 21h.