Este curso foi formulado a partir da sugestão dos alunos que cursaram o Módulo 1 do curso Caminhos urbanos: arquitetura, cidade e educação patrimonial em São Paulo e seu interesse de conhecer a história de São Paulo a partir de meados do século XX até a contemporaneidade. Essa nova versão visa atender aqueles alunos que não puderam cursar o módulo oferecido em 2017 e complementar os materiais coletados para montagem da exposição São Paulo cidades, a ser realizada em 2019.
O curso apresenta o processo de expansão de São Paulo, considerando não apenas a sua materialidade, através dos edifícios e planos urbanos, mas os significados simbólicos que o seu patrimônio construído assumiu ao longo da história. O período abordado neste módulo vai de 1954, ano da comemoração do IV Centenário de Fundação da cidade, até a contemporaneidade. A baliza inicial marca a consolidação de um processo de crescimento apoiado na verticalização do centro e no espraiamento da mancha urbana. A partir dai, a metrópole vai adquirindo novas conformações, ora reforçando esse padrão de crescimento, ora apresentando novas dinâmicas. Percorrer os bairros da cidade permite reconhecer as dinâmicas urbanas e compreender seu patrimônio construído ampliando os sentidos de memória e pertencimento.
Dados do curso
MINISTRANTES
Ana Claudia Scaglione Veiga de Castro e Joana Mello de Carvalho e Silva
PERÍODO
De 6 de agosto a 10 de setembro de 2018
Segundas-feiras das 18h30 às 20h30.
Sábados (25 de agosto e 1º de setembro), das 9h as 13h.
PÚBLICO-ALVO
Concluintes do módulo 1 do curso; professores da rede pública; funcionários públicos de instituições afins (arquivos, bibliotecas e escolas) e interessados em geral.
CARGA HORÁRIA:
20h
VAGAS OFERECIDAS:
32
CURSO GRATUITO
IMPORTANTE: haverá seleção dos interessados. O cadastro da pré-inscrição não garante a vaga no curso.
PRÉ-INSCRIÇÕES: de 11 a 18 de julho de 2018 pelo formulário https://goo.gl/forms/eVoELFUOXVzVfXB52
PROGRAMA
AULA 1. 06/8/2018
A metropolização da cidade (1950–1960)
Em meados dos anos 1950 São Paulo adquire sua face metropolitana. A implantação do Plano de Avenidas provoca a abertura de novas vias que cruzam a cidade e indicam um espraiamento importante. O centro se consolida como uma área verticalizada e a função residencial paulatinamente se desloca para outros bairros. Novas áreas industriais de expansão, a partir da abertura das rodovias, dão início à incorporação de cidades satélites que vão conformar o ABC paulista.
AULA 2. 13/8/18
Verticalização dispersa (1960–2015)
A verticalização, que se consolida no centro da cidade, encontra bairros contíguos onde a arquitetura moderna acaba por se tornar a linguagem predominante. Higienópolis, Santa Cecília e Vila Buarque são uma extensão do centro novo, e abrigam uma população de classe média em busca dos atributos da cidade grande. A Avenida paulista, no alto do espigão, também vê seus antigos palacetes cederem espaço aos novos edifícios em altura, tornando-se sede de empresas e do sistema financeiro. Esse caminho, que pode ser chamado de deslocamento da centralidade, segue no eixo sudoeste com a verticalização de áreas próximas à Marginal Pinheiros, conformando uma área de expansão coorporativa.
AULA 3. 20/8/18
Da consolidação dos bairros-jardins ao padrão condomínio-fechado (1950–2015)
Bairros-jardins abertos pela Cia. City para uma nascente classe média se consolidam como uma área voltada para as classes mais altas. Os atributos mais coletivos como jardins internos são postos de lado, em nome de áreas exclusivas e particulares. A tendência à exclusividade encontra espaço na moda dos condomínios fechados, que indicam a tendência de fuga da cidade expressa de maneira sutil no ideário cidade-jardim. O “fantasma da violência” afeta a convivência urbana, produzindo o enclausuramento das classes médias e altas em condomínios fechados e shoppings centers, abandonando progressivamente o espaço das ruas ou privatizando-as por meio de vigilância ostensiva.
AULA 4. 25/8/18
Caminhos urbanos: arquitetura, cidade e educação patrimonial III
DA AVENIDA PAULISTA À MARGINAL
Visita ao eixo de expansão sudoeste, do espigão da Avenida Paulista à nova cidade na Marginal do Rio Pinheiros.
AULA 5. 27/8/18
Habitação social e consolidação dos bairros periféricos (décadas de 1950 a 2015)
A habitação social torna-se um problema de Estado e leva a consolidação de inúmeros conjuntos habitacionais, inicialmente ligados aos Institutos de Aposentadoria e Pensões em bairros operários do centro expandido, que, após o golpe de 1964 e a implantação do Banco Nacional de Habitação se posicionariam em áreas cada vez mais periféricas, com pouca infraestrutura, produzindo e aprofundando situações de vulnerabilidade das condições de vida e do território.
AULA 6. 01/09/18
Caminhos urbanos: arquitetura, cidade e educação patrimonial IV
VISITA À ZONA LESTE
Visita aos bairros da Mooca, Itaquera I e São Mateus a partir da linha do metrô.
AULA 6. 03/09/18
Padrão periférico de crescimento e o conceito da urbanização dispersa (décadas de 1970 a 2015)
Bairros populares tendem a se espalhar por áreas cada vez mais distantes do centro, como resultado de um crescimento metropolitano não planejado, onde a valorização da terra tende a expulsar as populações que não podem pagar o preço de um progres-so predatório e marginalizador. A tendência é completada pela fuga da cidade de se-tores mais abastados.
AULA 8. 10/09/18
Novos urbanismos
A cidade no século 21 apresenta-se um dos nós da conexão da economia nacional com o resto do mundo, entretanto, esse afluxo financeiro não permitiu reverter as tendências de exclusão e segmentação social. Colocar em pauta os desafios do novo urbanismo, a partir dos conceitos de ativismo, ocupação, gestão participativa, etc., para debater os diversos problemas urbanos, ligados à violência e à segregação social, entre outros, em nome de formas coletivas e públicas para lidar com os mesmos.
CRITÉRIOS DE SELEÇÃO
A seleção dos pré-inscritos se dará por ordem de envio do formulário priorizando:
- Pessoas que tenham concluído o módulo 1 do curso
- Professores da rede pública e funcionários públicos de instituições afins (arquivos, bibliotecas e escolas)
- Interessados em geral
RESULTADO DA SELEÇÃO
Até dia 27 de julho de 2018, selecionados e não selecionados serão comunicados por e-mail.
CRITÉRIOS DE APROVAÇÃO
Assinatura da lista de presença e frequência mínima exigida de 75%. Somente será considerada presença do aluno com a assinatura na lista fornecida pelas ministrantes.
LOCAL DE REALIZAÇÃO DO CURSO
Às segundas-feiras:
Centro de Preservação Cultural CPC-USP — Casa de Dona Yayá
Rua Major Diogo, 353, Bela vista, São Paulo, SP
Tel. 11 2648-1501
Aos sábados:
25/8/2018. Visita ao eixo de expansão sudoeste, do espigão da Avenida Paulista à nova cidade na Marginal do Rio Pinheiros.
01/9/2018. Visita aos bairros da Mooca, Itaquera I e São Mateus a partir da linha do metrô .
REALIZAÇÃO
Universidade de São Paulo
Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária
Centro de Preservação Cultural